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17 de Abril de 2019 às 10:02

Explosão de caixas eletrônicos desafia bancos

Mais de duas dúzias de homens altamente armados invadiram o centro da cidade paulista de Guararema numa madrugada do início deste mês, despertando os moradores com o som de explosões e tiros.

Com fuzis de alta potência, coletes a prova de balas e vários quilos de dinamite, a quadrilha parou em frente à principal delegacia da cidade. Em seguida, instalou-se em uma agência bancária vizinha do Banco do Brasil, quebrando janelas e portas com barras de ferro.

Em um ataque coordenado às 3 horas da manhã, outros membros de gangues atacaram uma filial do Santander Brasil, a duas quadras de distância. Eles explodiram os dois bancos com dinamites em uma tentativa de pegar o dinheiro de caixas eletrônicos e cofres.

Tais ataques se tornaram comuns no Brasil: no ano passado, uma média de dois bancos ou caixas eletrônicos foram explodidos por dia, principalmente em pequenas cidades sem grande presença policial. Os ataques são responsáveis também pelo fechamento de agências em pequenos municípios, obrigando moradores a se deslocarem por longas distâncias para sacar dinheiro.

Cada caixa eletrônico costuma ter quatro caixas que armazenam até 2.700 notas cada uma, o que significa que um caixa eletrônico recheado com notas de R$ 100 pode render até R$ 1 milhão. Ladrões de banco munidos de dinamite —trabalhando rapidamente— muitas vezes explodem vários caixas eletrônicos em cada banco ou vão diretamente para seus cofres centrais.

Para combater os ataques, os bancos brasileiros têm investido em tecnologia antirroubo, indo de caixas eletrônicos super equipados a câmeras de reconhecimento facial. Quando tudo isso falha ou os custos se tornam proibitivos, os bancos fecham as agências. O resultado é que algumas cidades não têm mais fácil acesso a serviços financeiros em um país que já possui uma proporção maior de cidadãos não-bancarizados do que a China ou a Índia.

"O crime busca oportunidades", disse Rafael Alcadipani da Silveira, especialista em segurança pública da Fundação Getulio Vargas. "No Brasil, o crime organizado é muito forte, a segurança nas pequenas cidades é fraca e os ataques aos bancos viram um crime fácil de se cometer."

Os bancos brasileiros, que gastam US$ 2,3 bilhões em segurança a cada ano, ou cerca de 12% das despesas dos cinco maiores bancos de varejo do país.

Cerca de 200 cidades que tinham pelo menos uma agência bancária em 2016 agora não têm nenhuma, de acordo com o Banco Central. Isso às vezes é o resultado do corte normal de custos das instituições financeiras, mas, em muitos casos, um resultado direto de vários roubos na mesma agência, segundo executivos do setor. Vários promotores têm aberto processos contra os bancos, buscando reabrir as agências.

O movimento sindical que nos últimos anos cobrou do governo uma política de bancarização tem observado a contra-mão do atual governo, que tem colocado em prática um novo modelo de reestruturação nas agências do BB e CEF e tem fechado agencias em várias cidades.

Sempre cobramos a manutenção de pelo menos uma agência por cidade, porém os bancos insistem em manter apenas caixas eletrônicos e isso tem chamado atenção de quadrilhas especializadas que atuam nessa prática.

* Com informações da Folha



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