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1 de Janeiro de 2001 às 22:59

Negros são ainda discriminados

Dourados - Preencher uma ficha em busca de uma colocação ainda é um dilema para muitas pessoas que sofrem a discriminação racial. Isto é notório já que os negros ainda desempenham funções com menor remuneração e raramente chegam a ocupar chefias. A constatação é do Núcleo de Combate á Discriminação no Emprego e Profissão (Nucodep), criado em 1998 em Dourados. O programa vem intensificando desde o ano passado, inclusão de afrodescentes no mercado de trabalho. O coordenador do Nucodep, Joel de Souza Fagundes, informa que estudos comprovam estas desigualdades, na qual as diferenças salariais da população negra em comparação aos brancos são 30% menores. O segmento corresponde a 50% dos brasileiros desempregados. "Recebemos denúncias crimes no qual os desligamentos de empregos são veladas", enfatiza o subdelegado, lembrando que nestes casos "ninguém quer servir de testemunhas nestes casos, temendo represálias". A coordenadora do Nucodep e auditora fiscal do Trabalho, Noêmia de Sales Souza, assinala que o ingresso dos deficientes, somente é feita pelas empresas, em virtude das multas. "As penalidades aplicadas variam de R$ 700 até 700 mil", informa, complementando que a população negra apenas conta com a Convenção 111 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que é ignorada por maioria dos empresários. A Convenção estabelece "a aplicação de uma política nacional que tenha por fim promover, os métodos adequados às circunstâncias e aos usos nacionais, a igualdade de oportunidades e de tratamento em matéria de emprego e profissão com o objetivo de eliminar toda discriminação." "Uma das conquistas do Núcleo foi lutar para que fosse abolida a fotografia nos currículos. No entanto, algumas empresas barram o candidato no momento da entrevista por discriminação racial", revela Noêmia. Levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), aponta que no Mato Grosso do Sul existem cerca de 850 mil negros, equivalente a 42% da população, sendo que em Dourados 33,11% das pessoas se autodeclararam negros e pardos. Vulneráveis A Associação Comercial e Industrial de Dourados (Acid) promove na próxima quarta-feira ás 19h, uma reunião para discutir a discriminação no mercado de trabalho para negros, índios, mulheres e deficientes. Fonte: Douradosagora



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