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11 de Junho de 2011 às 23:59

Para a CUT, a privatização dos aeroportos é uma ideia que nasce falida

Em seu blog, o presidente nacional da CUT, Artur Henrique, critica decisão do governo Dilma de privatizar os aeroportos de Guarulhos, Viracopos e Brasília. "Já posso imaginar legiões de passageiros recém-chegados ao mercado se afastando dos aeroportos", afirma o dirigente. Na avaliação de Arthur, "a privatização dos aeroportos, dentro da lógica do lucro a qualquer custo, deve produzir aeroportos de boa aparência mas de qualidade duvidosa - a falta de exigência de manutenção preventiva permanente, como ocorre no setor energético, é receita pronta para problemas sérios envolvendo passageiros e trabalhadores". Confira a íntegra do texto de Artur Henrique: A privatização dos aeroportos é uma ideia que nasce falida Eu, como presidente da CUT, disse isso na última quinta-feira ao novo secretário de Aviação Civil do governo federal, Wagner Bittencourt, a quem cabe a tarefa de "abrir concessão" dos aeroportos à iniciativa privada. Usar o termo "concessão", como diria o José Simão, é tucanar a velha e ruim privatização. O modo como o governo pretende tocar esse projeto vai render problemas parecidos com o que vemos hoje no setor de energia elétrica, que é minha origem e onde eu já era sindicalista quando o governo tucano privatizou empresas geradoras e transmissoras. Um dos primeiros argumentos do governo para abrir concessões e querer reservar para a Infraero, no máximo, 49% das ações dos aeroportos que serão privatizados, é de que a empresa estatal tem problemas de gestão e não tem fôlego financeiro para os investimentos que se fazem necessários. E que a lei das licitações, a 8666, engessaria a tomada de decisão por parte da Infraero - daí, segundo o governo, a necessidade de entregar o processo à iniciativa privada. Para aperfeiçoar a gestão e aumentar a capacidade de investimento da Infraero, não é necessário privatizar aeroportos. Há outros mecanismos para isso. A Petrobrás, por exemplo, encontrou alternativas para operar em seu segmento sem que a lei 8666 retardasse o ritmo de atuação da empresa. Já os possíveis problemas de caixa, é bom lembrar, são resultado do fato de a Infraero administrar 67 aeroportos em todo o Brasil, nem todos lucrativos, embora estratégicos e essenciais - cumprindo papel do Estado, acima de tudo. E investimento, outro ponto evocado, não exigiria concessão, uma vez que aproximadamente 70% de todos os financiamentos, segundo o próprio governo, virão do BNDES. Afora isso, a privatização dos aeroportos, dentro da lógica do lucro a qualquer custo, deve produzir aeroportos de boa aparência mas de qualidade duvidosa - a falta de exigência de manutenção preventiva permanente, como ocorre no setor energético, é receita pronta para problemas sérios envolvendo passageiros e trabalhadores. Como as empresas vão querer lucrar com o uso da área de aeroportos, outra dedução é que farão dos terminais shoppings de luxo - onde já se paga por um café, por exemplo, R$ 5 - e vão tentar abusar das tarifas de embarque e desembarque. Já posso imaginar legiões de passageiros recém-chegados ao mercado se afastando dos aeroportos. Os trabalhadores do setor - tripulações e equipes de solo - já se mobilizam e fizeram assembleias em diferentes aeroportos ontem. Estive na mobilização realizada em Brasília. Cobrei do novo secretário que os trabalhadores sejam ouvidos e levados em consideração pelo governo federal. Fonte: CUT - blog do Artur Henrique



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