A democracia social resiste ao Congresso reacionário

É preciso perguntar: Quem vai financiar o Brasil? Taxar os ricos é justiça social
Os golpes da maioria reacionária do Congresso Nacional contra a democracia social, como aumento na conta de luz e resistência à isenção do IR para salários até R$ 5 mil, atrapalham, claro, mas não impedem avanços significativos do governo Lula para a população, especialmente as camadas mais pobres. O desemprego caiu para 6,2%, recorde histórico, com 103,9 milhões de brasileiros empregados com carteira assinada.
É preciso perguntar: Quem vai financiar o Brasil?
É preciso perguntar, com honestidade, quem vai financiar o Brasil? Sem uma reforma tributária que coloque os super-ricos na conta, o país seguirá condenado à desigualdade, à precarização do SUS (Sistema Único de Saúde), da escola pública, à insegurança nas ruas. O preço da omissão fiscal é alto e recai sempre sobre os mesmos.
Democracia não se sustenta apenas com votos. Exige justiça. E isto inclui justiça fiscal. Quem ganha mais tem de pagar mais. Isto é o mínimo. O contrário disto, um país onde o rico não paga imposto e o pobre paga com o suor da renda e da vida, não é democracia. É feudalismo disfarçado de República.
Taxar os ricos é justiça social
Por séculos, o Brasil funciona às avessas. Enquanto o trabalhador assalariado, a professora da escola pública, o jornalista e o bancário pagam até 27,5% de imposto de renda, os super-ricos, parcela ínfima da população que ganha mais de R$ 1 milhão por ano, contribuem com uma alíquota média de apenas 2,5%.
O abismo fiscal escancara uma realidade perversa. No Brasil, é o pobre quem sustenta o Estado, enquanto o rico é blindado por brechas legais, privilégios e um sistema tributário regressivo. A distorção não é apenas técnica, mas, sobretudo, política e imoral.
Vale destacar que o país é um dos 10 mais desiguais do mundo. A riqueza da nação está nas mãos de poucos. Portanto, fazer justiça tributária é muito mais do que uma simples pauta econômica. É reduzir as desigualdades sociais seculares.
A ideia de que quem ganha mais deve contribuir mais com a sociedade é um dos pilares de qualquer democracia social madura. Países como Alemanha, França e Canadá financiam sistemas públicos essenciais, como saúde, educação, segurança, com base na progressividade fiscal. Mas, no Brasil, esse cenário ainda está longe de ser alcançado.
Congresso Nacional é um entrave
O Congresso Nacional, o mais reacionário da história do país, atua como um escudo protetor dos mais ricos e para dificultar o Executivo. Sob o comando da extrema-direita, Câmara e Senado chantageiam, barram, travam ou desidratam projetos da democracia social.
A proposta de taxar os super-ricos via impostos sobre grandes rendas, lucros e dividendos foi uma das principais promessas de campanha de Lula, mas para concretizá-la enfrenta resistência de um Parlamento comprometido com interesses econômicos de elites que não querem abrir mão dos privilégios.
Enquanto isto, a conta cai no colo do trabalhador, da mulher negra da periferia, do agricultor familiar, do jovem que sonha com uma universidade pública de qualidade. É um projeto de país que pune quem mais precisa e protege quem já tem demais.
Fonte: Seeb-Bahia