8 de Abril de 2016 às 23:59
A origem classista da crise no país

A análise é do sociólogo e atual presidente do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), Jessé Souza. O discurso da corrupção é seletivo. Não atinge a todos, embora evidências mostrem claramente o envolvimento de políticos da direita, como o senador Aécio Neves (PSDB-MG) e o próprio presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), cada vez mais atolado em denúncias de recebimento de propina e réu na Lava Jato.
A intenção, segundo Jessé Souza, é tornar invisível aos olhos dos brasileiros a própria corrupção. E parece que para uma parte da população tem surtido efeito. A elite brasileira utiliza a classe média como trincheira para a luta. E o objetivo não é acabar com os problemas do país. É, sim, o controle do dinheiro.
Para ele, o comportamento remonta ao passado escravocrata brasileiro, mas com o advento recente de "uma tropa de choque, para dar uma aparência de apoio popular, que é a extrema direita da classe média".