Abertura desenfreada de correspondentes bancários
Pagamento de contas, carnês e títulos e os serviços de crédito podem ser realizados em lotéricas, lojas, farmácias e supermercados. Os estabelecimentos, muito conhecidos entre os empregados do sistema financeiro, têm nome e sobrenome: correspondentes bancários. A criação foi em 1999, por meio da resolução do Conselho Monetário Nacional (CMN). Inicialmente, a ideia era que fossem instalados apenas em cidades distantes dos grandes centros urbanos, em localidades sem agências bancárias. No entanto, com o passar dos anos, o Banco Central começou a exercer o papel de padrinho das organizações financeiras, flexibilizando as regras e as funções dos correspondentes. Assim, os estabelecimentos passaram a desempenhar, literalmente, a função dos bancos. Resultado, ao invés de promover uma política de valorização do trabalhador e do cliente, com mais contratações e abertura de novas agências, as organizações financeiras espertamente passaram a demitir e substituir o trabalho bancário pelo do correspondente. Assim, as empresas economizam com mão de obra e deixam de investir em melhoria nas unidades. Para se ter ideia do crescimento, em dezembro de 2007 havia no Brasil 95.849 correspondentes. Em dezembro do ano passado, o número já era de 165.228, aumento de 72% em apenas quatro anos. No mesmo período, o índice de agências cresceu somente 5%. Atualmente, o país tem 19.013 unidades bancárias.



