23 de Outubro de 2011 às 22:59
ARGENTINA: Cristina Kirchner vota em clima de já ganhou
BUENOS AIRES, Argentina - Os argentinos estão desde o início da manhã deste domingo indo às urnas para uma eleição geral. A expectativa é que a presidente Cristina Kirchner saia vitoriosa do pleito e seja a primeira mulher a ser reeleita na América Latina. Se a presidente obtiver entre 52% e 58% dos votos nas eleições deste domingo, como projetaram as últimas pesquisas, e se seu governo recuperar, como previsto, o controle do Congresso, ela será a chefe de Estado mais poderosa do país desde a redemocratização, em 1983.
- Vivo este dia como a militante que tenho sido toda a vida e nem sempre capaz de votar (por causa dos sucessivos golpes de Estado que marcaram a história da Argentina no século XX) - disse a presidente a repórteres depois de depositar seu voto em Río Gallegos, capital da província de Santa Cruz, terra natal do marido Néstor Kirchner, morto em outubro do ano passado.
A governante admitiu, com uma voz embargada, que "emocionalmente é um momento particular":
- Eu sou a esposa de um homem que marcou a vida política da Argentina - disse ela, referindo-se ao ex-presidente Kirchner. - Eu sei que, onde ele estiver, deve estar muito feliz com tudo o que aconteceu.
A presidente chegou à escola para votar pouco antes do meio-dia, vestindo um longo casaco e roupas pretas, cor que se tornou uma constante em seu guarda-roupa desde que se tornou viúva.
Dezenas de pessoas foram levadas até Cristina para tirar fotos, dar beijos e entregar cartas. Pacientemente, ela cumprimentou a todos e se retirou quase uma hora depois de sua chegada. Cristina foi almoçar com seus dois filhos e depois voou para Buenos Aires para aguardar os resultados em um hotel no Centro.
Nas eleições deste domingo também estão em jogo o controle do Congresso e a eleição de dez governadores, de um total de 24 províncias. Em seis distritos, entre eles a província de Buenos Aires (onde vivem 40% dos eleitores do país) e Santa Cruz, terra natal do ex-presidente Kirchner, os atuais governadores kirchneristas são favoritos e buscarão sua reeleição. No caso de San Juan, o peronista José Luis Gioja provavelmente conquistará seu terceiro mandato consecutivo, após aprovar uma polêmica reforma constitucional. Entre janeiro e setembro, outras 12 províncias elegeram suas autoridades. Em oito delas venceram candidatos da FPV e sócios políticos da Casa Rosada.
O voto é obrigatório na Argentina, onde cerca de 29 milhões de pessoas devem comparecer às urnas.
Fonte: O Globo, com agências internacionais