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12 de Dezembro de 2011 às 22:59

Bancários apresentam dados de saúde para Bradesco

 A Comissão de Organização de Empresa (COE/Bradesco) em reunião com os representantes do banco convidou a pesquisadora Maria Maeno, do Fundacentro, a participar de uma e apresentar dados sobre saúde do trabalhador. O encontro aconteceu na quinta-feira, 08 de dezembro, na sede da Contraf-CUT.

Maria Maeno explicou que existem doenças que têm uma única causa, como, por exemplo, uma contaminação por exposição a algum elemento tóxico, e as multicausais, que se desenvolvem por uma série de fatores combinados. O último tipo é mais comum aos bancários, que convivem com a pressão diária para o cumprimento de metas, a angústia para cumpri-las, stress e num ambiente com a prática do assédio moral.

A pesquisadora expôs as diretrizes e práticas institucionais voltadas à saúde do mental do trabalhador. Segundo a profissional, é preciso que se criem instrumentos legais que protejam o trabalhador, com prevenção de agravos ocupacionais.

Para o movimento sindical bancário, agora, está aberta a discussão sobre o plano de saúde do Bradesco, que atualmente não oferece cobertura de psicoterapia e psiquiatria”, afirma. As doenças mentais estão entre os principais motivos de afastamento dos bancários, junto a LER/Dort.  O banco não pode negar tratamento de uma doença que ele causou.

Maria Maeno também falou sobre a reestruturação do sistema financeiro e como isso afetou os trabalhadores, com o enxugamento do quadro de funcionários e aumento da concorrência. “Este cenário reduziu os postos de trabalho e ampliou a exigência pelo trabalhador polivalente, visto sempre como um vendedor. Além disso, ainda há os fatores da automação e as metas crescentes”, lembra a pesquisadora.

A nova estrutura dos bancos aumentou a carga de trabalho e seu ritmo e muitas vezes os bancários nem conseguem fazer pausas. “Com isso, o sistema muscular e esquelético e a mente entram em fadiga no trabalho”, explica Maeno.

Os bancos precisam entender que há uma responsabilidade social. Não é só um prejuízo para o trabalhador, que ficou doente. É muito cômodo para uma empresa sugar todo o potencial do trabalhador até ele adoecer e depois abandoná-lo.



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