1 de Outubro de 2015 às 23:59
Bancários de Dourados e Região rejeitam proposta e vão à greve a partir do dia 6
Reunidos em assembleia no início da noite desta quinta-feira (1º) na sede do Sindicato em Dourados, os bancários rejeitaram por unanimidade a proposta apresentada em mesa única da Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) e, por maioria de votos, aprovaram a greve por tempo indeterminado a partir da 0h, da próxima terça-feira, 6 de outubro.
Mesmo com lucros recordes que levaram os cinco maiores bancos (Itaú, Bradesco, Santander, Banco do Brasil e Caixa) embolsarem 36,1 bilhões somente no primeiro semestre deste ano, crescimento de 27,3% em relação ao mesmo período do ano passado, a Fenaban apresentou na última rodada de negociações, no dia 25 de setembro, um índice rebaixado para o reajuste salarial, de 5,5%, inferior até a inflação do período (9,88%).
Depois de cinco rodadas de negociações as demais reivindicações da categoria, também, foram todas negadas. A resposta a essa verdadeira provocação dos banqueiros foi dada pela categoria com a rejeição e deflagração da paralisação. Nova assembleia será realizada na segunda-feira (5), às 18h, também na sede do Sindicato, para organizar a paralisação e/ou apreciar uma possível contraproposta da Fenaban, caso ela venha a ocorrer até esta data.
As negociações tiveram início no dia 11 de agosto, com a entrega da pauta aos banqueiros, mas de lá para cá os negociadores da Fenaban só enrolaram os trabalhadores e o que se ouviu foi só negativas às reivindicações. Nada de concreto foi apresentado em relação à garantia de emprego, mais saúde e melhores condições de trabalho e mais segurança. Pelo contrário: mais de um mês depois de iniciada a Campanha, o que os representantes dos bancos ofereceram representa uma perda de 4% não somente nos salários, mas, também, em relação às contribuições previdenciárias, aos vales e ao piso da categoria.
A base do Sindicato é composta, além da cidade sede, Dourados, por mais 12 municípios: Caarapó, Juty, Fátima do Sul, Vicentina, Jatei, Glória de Dourados, Deodápolis, Rio Brilhante, Itaporã, Douradina, Nova Alvorada do Sul e Maracajú.
Proposta dos bancos
Reajuste de 5,5% (representa perda de 4% para os bancários em relação à inflação de 9,88%).
Piso portaria após 90 dias - R$ 1.321,26.
Piso escritório após 90 dias - R$ 1.895,25.
Piso caixa/tesouraria após 90 dias - R$ 2.560,23 (salário mais gratificação, mais outras verbas de caixa).
PLR regra básica - 90% do salário mais R$ 1.939,08, limitado a R$ 10.402,22. Se o total ficar abaixo de 5% do lucro líquido, salta para 2,2 salários, com teto de R$ 22.884,87.
PLR parcela adicional - 2,2% do lucro líquido dividido linearmente para todos, limitado a R$ 3.878,16.
Antecipação da PLR
Primeira parcela depositada até dez dias após assinatura da Convenção Coletiva. Pagamento final até 01/03/2016.
Regra básica - 54% do salário mais fixo de R$ 1.163,44, limitado a R$ 6.241,33 e ao teto de 12,8% do lucro líquido - o que ocorrer primeiro.
Parcela adicional - 2,2% do lucro líquido do primeiro semestre de 2015, limitado a R$ 1.939,08.
Auxílio-refeição - R$ 27,43.
Auxílio-cesta alimentação e 13ª cesta - R$ 454,87.
Auxílio-creche/babá (filhos até 71 meses) - R$ 378,56.
Auxílio-creche/babá (filhos até 83 meses) - R$ 323,84.
Gratificação de compensador de cheques - R$ 147,11.
Requalificação profissional - R$ 1.294,49.
Auxílio-funeral - R$ 868,58.
Indenização por morte ou incapacidade decorrente de assalto - R$ 129.522,56
Ajuda deslocamento noturno - R$ 90,67.
As reivindicações da categoria, apresentadas pelo Comando Nacional dos Bancários, são muito diferentes da proposta dos bancos. Confira :
Reajuste salarial de 16%. (incluindo reposição da inflação mais 5,7% de aumento real)
PLR: 3 salários mais R$7.246,82
Piso: R$3.299,66 (equivalente ao salário mínimo do Dieese em valores de junho último).
Vales alimentação, refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá: R$788,00 ao mês para cada (salário mínimo nacional).
Melhores condições de trabalho com o fim das metas abusivas e do assédio moral que adoecem os bancários.
Emprego: fim das demissões, mais contratações, fim da rotatividade e combate às terceirizações diante dos riscos de aprovação do PLC 30/15 no Senado Federal, além da ratificação da Convenção 158 da OIT, que coíbe dispensas imotivadas.
Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) para todos os bancários.
Auxílio-educação: pagamento para graduação e pós.
Prevenção contra assaltos e sequestros: permanência de dois vigilantes por andar nas agências e pontos de serviços bancários, conforme legislação. Instalação de portas giratórias com detector de metais na entrada das áreas de autoatendimento e biombos nos caixas. Abertura e fechamento remoto das agências, fim da guarda das chaves por funcionários.
Igualdade de oportunidades: fim às discriminações nos salários e na ascensão profissional de mulheres, negros, gays, lésbicas, transexuais e pessoas com deficiência (PCDs).
Fonte: SEEB-Dourados e Região, por Joacir Rodrigues