14 de Setembro de 2011 às 23:59
Bancários protestam e cobram respeito dos banqueiros em Dourados. Nesta quinta é a vez de Maracajú
Dando prosseguimento às mobilizações da Campanha Nacional dos Bancários o Sindicato de Dourados e Região realizou na manhã desta quarta-feira, 14/9, mais uma atividade, desta vez na cidade de Dourados.

Durante o ato público os manifestantes distribuíram carta aberta a população, explicando os reais motivos que todos os anos levam a categoria a protestar contra o setor que mais ganha neste país, às custas da exploração de seus clientes e funcionários. Também foi utilizado carro de som, faixas e cartazes com os principais pontos da minuta de reivindicações da categoria que estão na pauta de negociações com a Fenaban.

Simultaneamente ao ato de protesto, os diretores do sindicato realizaram reuniões também em três agências bancárias da cidade, levando as informações do andamento da campanha e mobilizando a categoria para os próximos passos que deverão ser dados, caso a Fenaban não apresente uma proposta descente na próxima terça-feira, 20/9, quando a mesma ficou de apresentar uma proposta global a categoria.

Ainda nesta tarde, serão realizadas reuniões nas agências na cidade de Douradina e também de Dourados. A meta do sindicato é realizar reuniões em todas as agências de sua base até o dia 20/9, mas mesmo que isso não seja possível os bancários precisam ficar atentos a todas as informações da Campanha através dos informativos do sindicato e também do próprio site.
Vigilantes
O Sindicato dos Vigilantes também participou da atividade dos bancários, aproveitando a oportunidade para denunciar que os vigilantes que prestam serviço para o Bradesco em Dourados e Região estão até a presente data sem receber o salário do mês de setembro. Fato já denunciado pelos Vigilantes no Ministério do Trabalho.
Para o Sindicato dos Bancários de Dourados e Região esta é mais uma prova inequívoca da falta de seriedade e de responsabilidade social do setor financeiro, pois como explicar o Bradesco ter R$ 5.487 bilhões de lucro apenas no primeiro semestre e permitir que pais/mães de família, responsáveis pela segurança de sua empresa e, de seus funcionários e clientes sejam explorados desta maneira.
Maracajú
Nesta quinta-feira, 15/9, será a vez de Maracajú receber a visita dos dirigentes sindicais, que farão reuniões nas quatro agências bancárias da cidade (Banco do Brasil, Caixa, HSBC e Bradesco), dando continuidade a mobilização. Haverá, ainda, ato público com carro de som e carta aberta a população durante toda a manhã em frente às agências do Banco do Brasil e Bradesco.
Bancos e bancários na mesa de negociação
Aumento real
para os negociadores dos bancos, os bancários já estão há sete anos com aumento real e que não esperem ter um salto na remuneração. O Comando destacou que o lucro dos bancos sempre dá saltos gigantes, assim como o volume de serviço dos trabalhadores. Dentre as dez empresas mais lucrativas do país em 2010 cinco eram bancos. Os bancários querem aumento real como tiveram 85% das categorias até agora. Querem ganhar como ganharam os banqueiros.
Valorização do piso
para a Fenaban o piso dos bancários é alto, teve reajuste extraordinário em 2010 e que este ano a correção será igual à dos salários. Os representantes dos bancos acham que não dá para pensar que todo ano haverá reajuste diferenciado para o piso. O Comando destacou que apesar de o Brasil ser a sétima economia do mundo, a desigualdade é grande – só perde para o Haiti, Bolívia e Equador na América Latina. No caso dos bancos, os executivos chegam a ganhar 400 vezes mais que o piso dos bancários, isso só acontece no Brasil e tem de ser combatido.
Vales refeição, alimentação, 13ª cesta e auxílio-creche babá
Fenaban avisou que não pretende dar reajuste diferente dos salários e disseram que é ruim colocar mecanismo de correção como salário mínimo. Bancários aceitam discutir mecanismo, mas querem debater valor atual, que não dá pra fazer supermercado nem refeição diária. Para eles, os tíquetes são auxílio, e não devem cobrir a integralidade dos gastos. O Comando ressaltou que o reajuste diferenciado desses itens foi apontado em consulta como extremamente importante pelos trabalhadores.
Plano de Carreira, Cargo e Salário (PCCS)
a resposta é não. Para Fenaban isso deve ser feito por acordo com cada banco, não querem colocar em Convenção Coletiva de Trabalho (CCT). Comando cobrou transparência, já que os bancários não conhecem os PCCS dos bancos onde trabalham. Como os próprios técnicos da Fenaban afirmaram em seminário da entidade, os PCCS são caixa-preta. Para o Comando, os maiores interessados, os bancários, têm de saber como funciona.
Salário do substituto
também disseram não à reivindicação de o bancário receber salário correspondente ao cargo que estiver substituindo. Bancos veem como favor, oportunidade para o trabalhador. Para o Comando, isso é exploração. O bancário acumula a responsabilidade do serviço, tem capacidade e deve ganhar por isso.
Auxílio-educação
Fenaban diz que é política de cada banco e não querem colocar na CCT. Comando insistiu porque essa é uma cobrança do setor e pré-condição para a seleção dos funcionários.
Participação nos Lucros e Resultados
bancários querem três salários mais R$ 4.500, considerado modelo mais justo e mais claro. E cobraram maior distribuição dos altos lucros, não compensação dos programas próprios, pagamento aos afastados e aos que participaram do exercício, além da discriminação dos valores (o que é PLR e o que é programa próprio). Fenaban quer continuar compensando e não quer mudar modelo. Vai discutir com bancos a possibilidade de discriminar valores.
Planos de previdência complementar
para Fenaban cada banco faz como acha que deve ser e se recusa a colocar na CCT. O Comando debateu a importância de o bancário ter direito a se aposentar com dignidade, sem queda na remuneração e sem perder o plano de saúde. Os bancos consideram isso problema do Estado, mas Comando lembrou que executivos têm tudo isso garantido pelas instituições financeiras quando se aposentam.
Fonte: Seeb-Dourados, por Joacir Rodrigues