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13 de Setembro de 2011 às 23:59

Bancários protestam por emprego decente em Rio Brilhante

Após a terceira rodada de negociações entre o Comando Nacional dos Bancários e a Fenaban que aconteceu na segunda-feira, 12/9, em São Paulo, onde mais uma vez os banqueiros só enrolaram na mesa de negociação, a orientação do Comando é para que o movimento sindical intensifique as mobilizações para pressionar a Fenaban a apresentar uma proposta decente na próxima terça-feira, 20/9, quando bancários e banqueiros voltam à mesa de negociação.
No final desta matéria você vê um resumo de como foram às negociações em cada tema discutido até agora na mesa.
Dando prosseguimento a Campanha Nacional, o Sindicato esteve nesta terça-feira, 13/9, na cidade de Rio Brilhante, onde realizou reuniões nas agências do Bradesco, HSBC e Banco do Brasil e manifestação pública em frente ao Banco do Brasil, com carta aberta a população e carro de som, denunciando a postura intransigente dos banqueiros na mesa de negociação. Estava prevista ainda, reunião no BB de Nova Alvorada do Sul, mas como não foi possível o agendamento a mesma ficou para outra data.
Nesta quarta-feira, 14/9, a manifestação dos bancários acontece na cidade de Dourados, com denúncia pública e reunião em três agências na parte da manhã e às 14 horas reunião no BB de Douradina. Na quinta-feira, 15/9, será a vez de Maracajú receber a visita dos dirigentes sindicais para se manifestarem junto à sociedade e aos bancários desse município.
Para Raul Verão, presidente do sindicato, “mais uma vez os banqueiros demonstram má vontade e desrespeito com a categoria ao não apresentar nada de concreto até agora na mesa de negociação”. Os bancos são disparadamente os que mais ganham no Brasil. Só no primeiro semestre, o lucro das maiores empresas chegou a R$ 27,4 bilhões. “O resultado mostra que é perfeitamente possível o atendimento das reivindicações da categoria”, finaliza Raul.
Confira a seguir como foram as negociações com a Fenaban até agora:
Bancos e bancários na mesa de negociação
Aumento real
para os negociadores dos bancos, os bancários já estão há sete anos com aumento real e que não esperem ter um salto na remuneração. O Comando destacou que o lucro dos bancos sempre dá saltos gigantes, assim como o volume de serviço dos trabalhadores. Dentre as dez empresas mais lucrativas do país em 2010 cinco eram bancos. Os bancários querem aumento real como tiveram 85% das categorias até agora. Querem ganhar como ganharam os banqueiros.
Valorização do piso
para a Fenaban o piso dos bancários é alto, teve reajuste extraordinário em 2010 e que este ano a correção será igual à dos salários. Os representantes dos bancos acham que não dá para pensar que todo ano haverá reajuste diferenciado para o piso. O Comando destacou que apesar de o Brasil ser a sétima economia do mundo, a desigualdade é grande – só perde para o Haiti, Bolívia e Equador na América Latina. No caso dos bancos, os executivos chegam a ganhar 400 vezes mais que o piso dos bancários, isso só acontece no Brasil e tem de ser combatido.
Vales refeição, alimentação, 13ª cesta e auxílio-creche babá
Fenaban avisou que não pretende dar reajuste diferente dos salários e disseram que é ruim colocar mecanismo de correção como salário mínimo. Bancários aceitam discutir mecanismo, mas querem debater valor atual, que não dá pra fazer supermercado nem refeição diária. Para eles, os tíquetes são auxílio, e não devem cobrir a integralidade dos gastos. O Comando ressaltou que o reajuste diferenciado desses itens foi apontado em consulta como extremamente importante pelos trabalhadores.
Plano de Carreira, Cargo e Salário (PCCS)
a resposta é não. Para Fenaban isso deve ser feito por acordo com cada banco, não querem colocar em Convenção Coletiva de Trabalho (CCT). Comando cobrou transparência, já que os bancários não conhecem os PCCS dos bancos onde trabalham. Como os próprios técnicos da Fenaban afirmaram em seminário da entidade, os PCCS são caixa-preta. Para o Comando, os maiores interessados, os bancários, têm de saber como funciona.
Salário do substituto
também disseram não à reivindicação de o bancário receber salário correspondente ao cargo que estiver substituindo. Bancos veem como favor, oportunidade para o trabalhador. Para o Comando, isso é exploração. O bancário acumula a responsabilidade do serviço, tem capacidade e deve ganhar por isso.
Auxílio-educação
Fenaban diz que é política de cada banco e não querem colocar na CCT. Comando insistiu porque essa é uma cobrança do setor e pré-condição para a seleção dos funcionários.
Participação nos Lucros e Resultados
bancários querem três salários mais R$ 4.500, considerado modelo mais justo e mais claro. E cobraram maior distribuição dos altos lucros, não compensação dos programas próprios, pagamento aos afastados e aos que participaram do exercício, além da discriminação dos valores (o que é PLR e o que é programa próprio). Fenaban quer continuar compensando e não quer mudar modelo. Vai discutir com bancos a possibilidade de discriminar valores.
Planos de previdência complementar
para Fenaban cada banco faz como acha que deve ser e se recusa a colocar na CCT. O Comando debateu a importância de o bancário ter direito a se aposentar com dignidade, sem queda na remuneração e sem perder o plano de saúde. Os bancos consideram isso problema do Estado, mas Comando lembrou que executivos têm tudo isso garantido pelas instituições financeiras quando se aposentam.
Fonte: Seeb-Dourados, por Joacir Rodrigues



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