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9 de Dezembro de 2010 às 22:59

Bancos geram 17 mil empregos até setembro. Mas rotatividade reduz salário

Os bancos que operam no Brasil criaram 17.067 novos postos de trabalho entre janeiro e setembro de 2010, período em que admitiram 43.719 trabalhadores e desligaram 26.652. Somente no terceiro trimestre, foram gerados 8.071 novos vínculos empregatícios. Do ponto de vista salarial, no entanto, a remuneração média dos admitidos foi 38,28% inferior em relação à dos desligados (R$ 2.159,15 contra R$ 3.498,38). Esses são alguns dos principais resultados da sétima edição da Pesquisa de Emprego Bancário (PEB) realizada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). As duas entidades realizam esse levantamento desde janeiro de 2009, com base no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). O resultado relativo ao estoque de emprego entre janeiro e setembro de 2010 contrasta com os dados do mesmo período de 2009, quando os bancos fecharam 2.076 postos de trabalho. "A geração de novos postos de trabalho no setor financeiro é uma boa notícia para a categoria bancária, que nas campanhas nacionais dos últimos anos tem a defesa do emprego como uma de suas principais bandeiras", avalia Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT. "É sempre bom lembrar que em 2009, depois de uma greve nacional de duas semanas, assinamos acordo com o Banco do Brasil e com a Caixa Federal assegurando a contratação de 15 mil novos trabalhadores até meados de 2011." Na comparação com outros segmentos da economia, no entanto, os dados do Caged mostram que o sistema financeiro foi um dos que menos gerou empregos em 2010: 0,77% do total de 2.201.406 postos criados pelo conjunto da economia brasileira nos primeiros nove meses do ano. Desligados se concentram na alta remuneração A Região Sudeste apresentou o melhor desempenho, com a criação de 11.594 postos de trabalho, enquanto a Região Norte teve o menor resultado positivo (687), como mostra a tabela abaixo. Admitidos, desligados, remuneração média, saldo de emprego e diferença da remuneração média por região do país Brasil - Janeiro a setembro de 2010 Região Admitidos Part. % Rem. Média (em R$) Desligados Part. % Rem. Média (em R$) Saldo Dif.% da Rem. Média Norte 1.393 3,19% 1.504,11 706 2,65% 2.611,13 687 -42,40% Nordeste 3.112 7,12% 1.726,47 2.267 8,51% 2.960,03 845 -41,67% Centro-Oeste 3.222 7,37% 1.659,95 1.809 6,79% 3.058,26 1.413 -45,72% Sul 5.977 13,67% 1.829,22 3.449 12,94% 3.330,19 2.528 -45,07% Sudeste 30.015 68,65% 2.353,69 18.421 69,12% 3.673,34 11.594 -35,93% Total 43.719 100,00% 2.159,15 26.652 100,00% 3.498,38 17.067 -38,28% Fonte: MTE/ Caged. Elaboração: Dieese/Subseção Contraf-CUT A pesquisa Contraf-CUT/Dieese revela que o saldo positivo do emprego nos bancos está concentrado nas faixas salariais mais baixas, com predominância para o segmento entre 2,01 a 3,0 salários mínimos, que registrou um saldo de 19.589 postos de trabalho. A partir daí, todas as faixas apresentam saldo negativo de emprego, com destaque para o segmento de 5,01 a 7,0 salários mínimos, onde houve a diminuição de 1.793 postos de trabalho. Esse movimento deve-se ao fato de a grande maioria das admissões (59,65%) estar concentrada na faixa de 2 até 3 salários mínimos, enquanto os desligamentos se distribuírem pelas faixas superiores de remuneração, como mostra o gráfico abaixo. Com isso, a remuneração média de quem é admitido (R$ 2.159,15) é 38,28% inferior à média salarial dos desligados (R$ 3.498,38). Admitidos, desligados e saldo de ocupações por faixa de salários mínimos Brasil - Janeiro a setembro Faixa de salário Admitidos Desligados Saldo Até 0,5 salário mínimo 35 9 26 De 0,51 a 1,0 salário mínimo 511 793 -282 De 1,01 a 1,5 salários mínimos 485 81 404 De 1,51 a 2,0 salários mínimos 5.161 196 4.965 De 2,01 a 3,0 salários mínimos 26.071 6.482 19.589 De 3,01 a 4,0 salários mínimos 2.379 3.867 -1.488 De 4,01 a 5,0 salários mínimos 1.313 2.682 -1.369 De 5,01 a 7,0 salários mínimos 2.557 4.350 -1.793 De 7,01 a 10,0 salários mínimos 1.939 3.569 -1.630 De 10,01 a 15,0 salários mínimos 1.675 2.206 -531 De 15,01 a 20,0 salários mínimos 711 1.226 -515 Mais de 20 salários mínimos 867 1.173 -306 Total 43.704 26.634 17.070 Fonte: MTE/ Caged. Elaboração: Dieese/Subseção Contraf-CUT "Como nos períodos anteriores, esses dados demonstram que os bancos estão usando a alta rotatividade da mão-de-obra para reduzir custos, demitindo bancários com salários mais altos para substituí-los por trabalhadores com remuneração inferior", afirma o presidente da Contraf-CUT, Carlos Cordeiro. "Isso é inadmissível se considerarmos que os bancos continuam aumentando sem parar a sua lucratividade e que apenas os cinco maiores bancos apresentaram lucro líquido de R$ 29,6 bilhões nos primeiros nove meses do ano, o que representa um aumento de 34% em relação ao mesmo período de 2009." Maioria entre admitidos, mulheres ganham menos Na desagregação por gênero, a pesquisa Contraf-CUT/Dieese mostra que o saldo do emprego bancário entre janeiro e setembro de 2010 foi favorável às mulheres, com 9.085 vagas criadas (53,22%), enquanto para os homens o saldo foi de 7.985 (46,78%). Percentualmente, os homens representaram 50,53% das admissões e 52,94% dos desligamentos, enquanto a participação feminina correspondeu, respectivamente, a 49,47% das admissões e 47,06% dos desligamentos. Confira na tabela abaixo: Admitidos, desligados, remuneração média, saldo de emprego e diferença da remuneração média por sexo Brasil - Janeiro a setembro de 2010 Gênero Admitidos Part. % Rem. Média (em R$) Desligados Part. % Rem. Média (em R$) Saldo Dif.% da Rem. Média Homens 22.084 50,53% 2.503,58 14.099 52,94% 4.048,99 7.985 -38,17% Mulheres 21.620 49,47% 1.808,82 12.535 47,06% 2.884,08 9.085 -37,28% Total 43.704 100,00% 2.159,89 26.634 100,00% 3.500,74 17.070 -38,30% No entanto, a remuneração média das mulheres bancárias é inferior à dos homens, tanto nas admissões como nos desligamentos. As trabalhadoras desligadas saíram do banco com rendimento médio de R$ 2.884,08, valor 27,75% inferior ao auferido pelos homens, que foi de R$ 4.048,99. Já a mão-de-obra feminina admitida entra no banco recebendo uma remuneração média de R$ 1.808,82, enquanto os admitidos do sexo masculino recebem o equivalente a R$ 2.503,58, correspondendo a uma diferença de 27,75%, como revela a tabela abaixo. Remuneração média dos admitidos e desligados por sexo Brasil - Janeiro a Setembro de 2010 Rem. Média (em R$) Masculino Feminino Dif.% da Rem. Média Admitidos 2.503,58 1.808,82 -27,75% Desligados 4.048,99 2.884,08 -28,77% Fonte: Contraf-CUT



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