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5 de Dezembro de 2011 às 22:59

Bancos geram 18.167 Empregos, mas Itaú e Santander Cortam 4.132 Vagas

Os bancos que operam no Brasil criaram 18.167 novos postos de trabalho entre janeiro e setembro de 2011, mas aumentaram as demissões e ampliaram a prática da rotatividade para diminuir o salário dos bancários e aumentar os lucros. A geração de empregos podia ter sido maior, se o Itaú Unibanco e o Santander não tivessem cortado 2.496 e 1.636 vagas no mesmo período, respectivamente. Os números são da 11ª Pesquisa de Emprego Bancário, elaborada desde 2009 pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e Departamento Intersindical de Estudos e Estatísticas Socioeconômicas (Dieese), com base nos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego. O levantamento também considera os dados divulgados nos balanços dos cinco principais bancos (Itaú Unibanco, Banco do Brasil, Bradesco, Caixa Econômica Federal e Santander), que revelam os funcionários da holding. > Clique aqui e confira a pesquisa completa "A geração de empregos é positiva, mas os bancos têm condições de aumentar as contratações e abrir mais vagas, na medida em que os bancos lucraram mais de R$ 37,2 bilhões nos primeiros nove meses deste ano", avalia Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT. O que preocupa é a queda no ritmo da criação de empregos no terceiro trimestre. Houve uma redução de 23,32% no terceiro trimestre em relação a igual período do ano passado. Houve abertura de 6.189 novas vagas contra 8.071 no mesmo trimestre de 2010. Os empregos gerados nos primeiros nove meses do ano foram o resultado de 46.064 admissões e 27.897 desligamentos. Esse saldo positivo significa expansão de 6,45% no emprego bancário em relação ao mesmo período de 2010, quando foram criadas 17.067 novas vagas. Já o crescimento em relação ao número de empregados que havia no setor em dezembro de 2010 foi de 3,76%, totalizando agora 483.097 trabalhadores. Na comparação com o saldo de 1.805.337 empregos gerados pela economia brasileira nos primeiros nove meses do ano, os bancos contribuíram com apenas 1,01% desse total. No mesmo período, a remuneração média dos admitidos foi de R$ 2.487,74, o que revela uma redução de 38,45% frente à remuneração dos desligados, que foi de R$ 4.041,62. De janeiro a setembro, as demissões sem justa causa voltaram a ser o principal motivo dos desligamentos, atingindo 47,8% do total de despedidas. Com isso, o percentual dos desligamentos a pedido que, nas pesquisas anteriores eram responsáveis pela maior parte da saída de empregados nos bancos, caiu ficando em 45,9% no período. "Esses dados comprovam a crueldade da política de rotatividade dos bancos, que demitem trabalhadores para baixar custos e turbinar ainda mais os seus lucros, demonstrando falta de compromisso com o desenvolvimento econômico e social do país", destaca o presidente da Contraf-CUT. 20% dos desligados tem menos de um ano de banco A pesquisa Contraf-CUT/Dieese revela que, do total de 27.897 desligados dos bancos brasileiros em 2011, apenas 24,63% (ou 6.782 pessoas) estavam no emprego há pelo menos dez anos. Os trabalhadores com até um ano de banco somam 20,67% dos desligamentos nos bancos em 2011, enquanto aqueles com mais de um e menos de cinco anos no emprego, representam 38,55% do total de desligados. Ou seja, 59,22% dos bancários são desligados antes de completarem cinco anos no emprego, o que evidencia a alta rotatividade no setor. "É um absurdo que, de cada cinco trabalhadores, um deixe o banco antes de completar 12 meses casa. A altíssima rotatividade torna instável o emprego bancário e acaba com as perspectivas de carreira, especialmente no setor privado", critica Carlos Cordeiro. > Clique aqui para acessar o gráfico Em setembro de 2010, o número de trabalhadores com até 5 anos representava 57,6% do total de desligados, sendo 15,7% os que saíram antes de completarem 1 ano, como descrito na tabela abaixo. Total de desligados por tempo de emprego Brasil - Janeiro a setembro de 2010 e 2011 Tempo empregado Desligados (01a 09/2010) Part. % Desligados (01a 09/2011) Part. % De 1,0 a 11,9 meses 4.183 15,71% 5.691 20,40% De 12,0 a 59,9 meses 11.157 41,89% 10.616 38,05% De 60,0 a 119,9 meses 3.696 13,88% 4.447 15,94% 120 meses ou mais 7.196 27,02% 6.782 24,31% Ignorado 402 1,51% 361 1,29% Total 26.634 100,00% 27.897 100,00% Fonte: MTE/ Caged. Elaboração: Dieese/Subseção Contraf-CUT Maioria dos desligamentos são demissões sem justa causa A demissão sem justa causa avançou para 47,79% nos primeiros nove meses do ano e tornou-se o principal tipo de desligamento da categoria, ultrapassando os 45,90% dos casos de demissão a pedido, que havia sido responsável pela maior parte dos desligamentos no ano passado. "Essa mudança no tipo de desligamentos é reflexo de milhares de demissões ocorridas no Itaú Unibanco e Santander, que fecharam 4.132 vagas no período, o que é totalmente injustificável diante dos lucros gigantescos dessas instituições", aponta o presidente da Contraf-CUT. > Clique aqui para acessar o gráfico Desligados estão nas maiores faixas de remuneração O saldo positivo do emprego nos bancos em 2011 está concentrado nas faixas salariais mais baixas, especialmente no segmento entre 2,01 a 3,0 salários mínimos, que registrou um saldo de 23.948 postos de trabalho. A partir daí, todas as faixas apresentam saldo negativo de emprego, com destaque para o segmento de 3,01 a 7,0 salários mínimos, onde houve a diminuição de 4.535 postos de trabalho. Esse movimento deve-se ao fato de a grande maioria das admissões (68,3%) estar concentrada na faixa de até 3 salários mínimos, enquanto os desligamentos se distribuíram pelas faixas superiores de remuneração. "Isso prova que os bancos continuam utilizando a alta rotatividade como instrumento para reduzir seus gastos com a folha de pagamento, demitindo os bancários com salários mais altos", salienta Carlos Cordeiro. Entre os desligados, 47,2% destes postos estavam nas faixas a partir de 3 salários mínimos. Com isso, a remuneração média de quem é admitido (R$ 2.487,74) é 38,45% inferior à média salarial dos desligados (R$ 4.041,62). As admissões na faixa de até 3 salários mínimos, em setembro de 2010, correspondiam a 59,65% do total de admissões. > Clique aqui para acessar o gráfico Norte e Nordeste: maior percentual de crescimento de empregos A Região Sudeste apresentou o melhor desempenho nos primeiros nove meses de 2011, com a criação de 7.915 postos de trabalho, mas as regiões Norte e Nordeste apresentaram maior percentual de crescimento na geração de postos de trabalho do setor bancário. Região do País Admitidos Desligados Saldo Diferença da Rem. Média (%) Nº de trabalhadores Part. (%) Rem. Média (em R$) Nº de trabalhadores Part. (%) Rem. Média (em R$) Norte 2.341 5,08% 1.568,26 792 2,84% 2.957,86 1.549 -46,98% Nordeste 7.135 15,49% 1.666,17 2.250 8,07% 3.314,44 4.885 -49,73% Sul 6.031 13,09% 1.972,15 3.618 12,97% 3.892,43 2.413 -49,33% Centro-Oeste 3.090 6,71% 1.880,42 1.685 6,04% 3.910,40 1.405 -51,91% Sudeste 27.467 59,63% 2.961,05 19.552 70,09% 4.208,12 7.915 -29,63% Total 46.064 100,00% 2.487,74 27.897 100,00% 4.041,62 18.167 -38,45% Fonte: MTE/ Caged. Elaboração: Dieese/Subseção Contraf-CUT Em relação ao período de janeiro a setembro de 2010, as Regiões Norte e Nordeste destacam-se pela significativa expansão dos postos de trabalho no setor, com crescimento de 125,47% e 478,11%, respectivamente, apesar de expressiva diferença de remuneração entre admitidos e desligados. Em sentido contrário, a Região Sudeste, apesar do maior saldo de empregos, apresentou queda de 31,73% em relação ao mesmo período de 2010. Em redução também, porém, não tão significativa, aparecem as regiões Sul (-4,55%) e Centro-Oeste (-0,57%), como é possível observar na tabela abaixo. Região Saldo (jan a set. 2010) Saldo (jan a set. 2011) Variação Norte 687 1.549 125,47% Nordeste 845 4.885 478,11% Centro-Oeste 1.413 1.405 -0,57% Sudeste 11.594 7.915 -31,73% Sul 2.528 2.413 -4,55% Total 17.067 18.167 6,45% Fonte: MTE/ Caged. Elaboração: Dieese/Subseção Contraf-CUT Itaú e Santander fecharam 4.132 postos de trabalho A pesquisa inclui também um olhar sobre os dados divulgados nos balanços dos cinco principais bancos (Itaú Unibanco, Bradesco, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e Santander). Apesar dos lucros bilionários, o Itaú e Santander fecharam 2.496 e 1.636 postos de trabalho, respectivamente, nos primeiros nove meses deste ano. O número de funcionários do Itaú era de 102.316 trabalhadores em dezembro de 2010 e cresceu para 104.022 em março de 2011. No entanto, houve fechamento de 4.202 postos entre março e setembro, apresentando 99.820 empregados em setembro. Isso significa uma queda de 2,44% no saldo de empregos em relação ao final do ano passado e de 4,04% na comparação com março de 2011. No Santander, o número total de funcionários, em dezembro de 2010, era de 54.406 trabalhadores. Ao final do terceiro trimestre de 2011, o número registrado foi 52.770, o que significa um corte de 1.636 empregos (queda de 3% em relação ao final do ano passado). Enquanto isso, Bradesco, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal apresentaram saldos positivos de 6.086, 4.568 e 1.990 empregos, respectivamente, o que foi decisivo para geração de 18.167 postos de trabalho em todo setor bancário nos primeiros nove meses do ano. Bancos Número de empregados Saldo em 2011 Variação Dez/10-Set/11 4tri/10 1tri/11 2tri/11 3tri/11 Bradesco 95.248 96.749 98.317 101.334 6.086 6,39% Banco do Brasil* 109.026 111.224 112.913 113.594 4.568 4,19% Caixa Econômica Federal 83.185 83.506 84.420 85.175 1.990 2,39% Santander 54.406 54.375 53.361 52.770 -1.636 -3,01% Itaú* 102.316 104.022 101.531 99.820 -2.496 -2,44% Total 444.181 449.876 450.542 452.693 8.512 1,92% "A economia do Brasil está crescendo e, por isso, todos os grandes bancos deveriam aproveitar este momento para abrir novas agências e postos de atendimento, contribuindo para a inclusão bancária de milhões de cidadãos brasileiros e garantindo emprego decente para os bancários", conclui Carlos Cordeiro. Fonte: Contraf-CUT



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