Bolsa trabalha para deixar custos e tarifas mais transparentes
Presidente da BM%26FBovespa afirma que um grupo de trabalho foi montado no final de 2010 para detalhar cada item de custo Diante dos seus planos de atrair 5 mil pessoas físicas para os pregões até o final de 2014 e com a chegada da concorrência, a Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros (BM&FBovespa) está preocupada em dar transparência aos seus custos e, consequentemente, às tarifas cobradas nas negociações. “Criamos um grupo de trabalho no final do ano passado para discutir custos, afirma Edemir Pinto, diretor-presidente da Bolsa. “Saberemos quanto custa a energia gasta nesta sala e a água que estamos bebendo”, exagerou Edemir na sexta-feira, durante a apresentação do balanço anual da instituição. Segundo ele, os estudos devem ser finalizados até o final deste primeiro trimestre. É comum entre investidores reclamações quanto às tarifas cobradas pela Bolsa brasileira na comparação com as internacionais. Ricardo Nogueira, diretor de operações da corretora Souza Barros, rebate dizendo que é difícil comparar as taxas. “Aqui tudo é cobrado junto, negociação, liquidação e custódia. Em outras Bolsas, essas taxas são separadas.” De acordo com Nogueira, cada corretora paga um valor diferenciado para a Bolsa, pois ele depende da capacidade eletrônica e da velocidade do canal de negociação e também do número de terminais que cada instituição tem ligado aos computadores da BM&FBovespa. No sentido de dar mais transparência ao investidor final, a Bolsa colocou em seu site uma “vitrine das corretoras”, com a política de preços para negociação de cada uma e os serviços oferecidos. “A Bolsa apoia o livre mercado, mas tem gente que vê até uma concorrência predatória” entre os agentes, ressalva Edemir. Bats Na semana passada, a Bats Global Markets, operadora norte-americana de bolsa, acertou um memorando de entendimentos com a Claritas, empresa brasileira de gestão de ativos, para avaliar oportunidades no mercado brasileiro. Elas devem trabalhar juntas para criar uma nova Bolsa, com serviços de clearing e custódia. “Se a concorrência está vindo, é porque está vendo oportunidades de crescimento. E se está vindo, terá de investir como nós”, afirma o presidente da Bolsa. A BM&FBovespa investiu R$ 268 milhões no ano passado. Em dois anos, foram R$ 500 milhões, principalmente em um novo sistema de negociação, nos mesmos moldes que o usado pela americana CME Group, sócia da Bolsa brasileira. Para este ano, deverão ser investidos de R$ 235 milhões a R$ 255 milhões. Para Edemir, o que surpreendeu no anúncio da Bats é que ela informou ao mercado que terá um “modelo integrado, diferente do modelo atual, pois eles não têm clearing e custódia”. Clearing é o ambiente onde é realizada a liquidação das operações e a custódia é uma espécie de cofre, que guarda os títulos de cada cliente. O presidente da Bolsa, inclusive, ofereceu os serviços de clearing para possíveis interessados. “Nós já fazemos a prestação de serviços para terceiros com a clearing de câmbio”, lembrou. Hoje, grande parte das operações de câmbio no País passam pelos computadores da BM&FBovespa. “Não há problema em prestarmos serviços para outros agentes. Estamos preparados, mas precisa o regulador do mercado (a Comissão de Valores Mobiliários) se manifestar”, disse. Fonte: Porta iG