O lucro líquido do Bradesco, que em nove meses abocanhou de R$ 7,12 bilhões, confirma a voracidade do setor bancário. Somente entre julho e setembro o ganho foi de R$ 2,52 bilhões, o maior registrado por um banco de capital aberto para o período. O resultado representa crescimento de 39,5% em relação ao terceiro trimestre do ano passado e já desconta os efeitos extraordinários como venda de participações em empresas e provisões para perdas com planos econômicos. No final de setembro, a carteira de crédito do banco ficou em R$ 255,61 bilhões, alta de 18,6% sobre o final de setembro de 2009. As operações com pessoas físicas totalizaram R$ 92,90 bilhões, crescimento de 23%. Os números, sempre ascendentes, não refletem benefícios à população, muito menos aos funcionários. As tarifas continuam nas alturas, os clientes enfrentam filas gigantescas para fazer uma operação nas agências, e os bancários seguem sendo assediados e obrigados a cumprir metas. Ou seja, o ótimo desempenho serve apenas para alimentar a ganância do banco.