22 de Novembro de 2011 às 22:59
Brasileiro não sabe quanto paga de juros, segundo pesquisa
Os brasileiros conhecem pouco sobre cálculo de juros. De acordo com levantamento feito pela Ipsos – multinacional francesa de pesquisa –, dois em cada três brasileiros não sabem quanto pagam nas taxas em parcelamentos ou empréstimos. A pesquisa revela que 67% dos entrevistados não fazem ideia do valor cobrado.
Pela faixa etária, jovens com idade entre 25 e 34 anos são os mais desinformados, 68% não têm conhecimento das taxas. O resultado mostra que, na hora da compra, a população dá prioridade para o valor da prestação mensal, 42% fazem compras a prazo ou empréstimo quando sabem que a quantia cabe no orçamento.
Segundo especialistas, a grande questão é que, com a falta de informação, muitas vezes, o consumidor paga até três vezes o valor do produto. Espertamente, algumas lojas atraem os clientes porque colocam em evidência as parcelas com valores baixos.
Quando se trata de empréstimos, muitos brasileiros não se preocupam em pesquisar com cautela em outras organizações financeiras e optam pelas que oferecem juros mais altos. O fato implica, ainda, no risco de o consumidor não conseguir quitar a dívida e ser incluído na lista de inadimplentes.
Por outro lado o spread de 27,8% é o mais alto do mundo
A Selic, que indica os juros básicos da economia, teve queda e está atualmente em 11,5% ao ano. Porém, a redução não se reflete em juros menores para quem está com déficit financeiro e necessita tomar empréstimo ou fazer financiamentos. Esse cenário contraditório é estimulado pelo spread bancário, que é exatamente a diferença entre as taxas que os bancos pagam para captar recursos e as que cobram do cliente final.
De acordo com o Banco Central (BC), o spread atingiu 27,8% ao ano, o maior desde maio de 2009. Tomando como base o crédito para as pessoas físicas, a diferença entre os juros de captação e aplicação corresponde a 34,4% ao ano. A taxa média de aplicação, como o BC chama os juros dos clientes finais, permaneceu em 39,7% ao ano em agosto. Em relação aos empréstimos para as empresas, o spread bateu recorde e alcançou 19% ao ano.
A diferença é evidenciada ao se comparar a evolução das taxas usadas na captação, quando as instituições financeiras pegam dinheiro emprestado dos correntistas e oferecem juros em aplicações como poupança e CDB, e nos juros cobrados na concessão de crédito. A taxa média de captação caiu de 12,3% ao ano em julho para 11,9% em agosto deste ano.