30 de Outubro de 2011 às 22:59
Câncer pode reduzir papel de Lula na eleição de 2012, dizem analistas
Neste sábado (29), o hospital Sírio-Libanês, de São Paulo, informou que um tumor foi detectado na laringe de Lula, e que o ex-presidente será submetido a quimioterapia a partir de segunda-feira.
Segundo o oncologista Artur Katz, membro da equipe que atende o ex-presidente, trata-se de um tumor "não muito grande", cujas "chances de cura são excelentes".
No entanto, analistas afirmam que o tratamento poderá exigir que Lula reduza suas atividades atuais, como a articulação política que exerce no PT.
Nos últimos meses, o ex-presidente iniciou uma série de negociações com vistas às próximas eleições municipais, como a defesa da candidatura do ministro da Educação, Fernando Haddad, à prefeitura de São Paulo.
Para o cientista político David Fleischer, da UnB (Universidade de Brasília), Lula teria grande capacidade de influenciar os resultados do próximo pleito.
"Se for para a campanha, ele pode ajudar a eleger vários prefeitos em cidades grandes e médias. Mas, para isso, tem de estar com boa saúde e voz para discursar."
No entanto, Fleischer afirma que, mesmo que temporária, a ausência de Lula pode acirrar as divergências no PT, já que, segundo ele, o ex-presidente desempenha hoje um papel unificador no partido.
"Sem o Lula, a tendência é que as facções petistas briguem ainda mais do que já brigam", diz Fleischer.
Segundo Ricardo Ismael, professor do Departamento de Sociologia e Política da PUC-Rio, ainda que se recupere rapidamente, Lula tende a voltar à cena política mais contido, já que terá de cuidar para que a doença não regresse.
"Se ele se curar, e tudo indica que vai se curar, provavelmente ficará mais seletivo, escolhendo melhor seus focos de atuação."
Fonte: Midiamax Campo Grande, com BBC Brasil / WQ