CEF justifica compra e indica representantes no Panamericano
A Caixa Econômica Federal divulgou uma nota na tarde desta quarta-feira (10), justificando a compra de ações do banco PanAmericano e detalhando os procedimentos formais para que a operação fosse feita. A CEF alega que o negócio só foi fechado após o parecer favorável do Banco Central, que à época da compra não havia detectado problemas no PanAmericano. "(A parceria) proporcionará a ampliação da sua base de clientes, em razão da capacidade de relacionamento do Banco PanAmericano com seus mais de 20 mil canais de venda e suas 200 lojas próprias, permitindo, assim, o aumento da capacidade operacional de geração de crédito e a implementação de um modelo de negócio aderente aos objetivos e às políticas de mercado da CAIXA". - justificou a CEF em nota. O PanAmericano foi alvo de fiscalização do Banco Central, que detectou "inconsistências contábeis" e informou o controlador, o grupo Silvio Santos. O banco teria vendido carteiras de crédito para cerca de dez instituições bancárias sem contabilizar parte dessas operações no seu balanço. Chamado pelo BC, o Grupo Silvio Santos disse que estava disposto a cobrir o prejuízo e conseguiu R$ 2,5 bilhões junto ao FGC (Fundo Garantidor de Crédito), dando parte do seu patrimônio como garantia. Conforme previsto no acordo firmado entre os acionistas do banco, por intermédio da Caixa Participações (CAIXAPar), a CEF passa a ter representantes na Diretoria do Banco PanAmericano. "Após as formalidades legais, a instituição financeira passará também a compor o Conselho de Administração, o Conselho Fiscal e o Comitê de Auditoria", afirma a Caixa Econômica Federal na nota. A caixa detêm 49% do total das ações ordinárias e 36,56% de participação no capital total do Banco PanAmericano. Na nota, a instituição afirma ainda que "o aporte de recursos realizado pelo Grupo Silvio Santos, para assegurar o equilíbrio patrimonial e ampliar a liquidez operacional do Banco PanAmericano, permitiu que não houvesse qualquer tipo de prejuízo aos sócios, clientes e colaboradores do banco". O banco PanAmericano anunciou na terça-feira que o Grupo Sílvio Santos operaria para restabelecer o equilíbrio patrimonial e a liquidez da instituição. As empresas do apresentador do canal SBT entraram como garantia no empréstimo de R$ 2,5 bilhões para reestruturação do patrimônio da instituição. Nesta quarta, em viagem a Moçambique, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva negou que o tema tenha sido discutido durante o encontro com Sílvio Santos em setembro passado no Palácio da Alvorada. O apresentador e empresário participou diretamente das negociações do aporte do PanAmericano. A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou nesta quarta um convite para que deponham sobre o aporte o presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, e a presidente da Caixa Econômica Federal, Maria Fernanda Ramos Coelho. Fonte: Site Terra