Notícias

17 de Outubro de 2011 às 22:59

Correspondente bancário precariza mão-de-obra e discrimina os pobres

Os correspondentes bancários surgiram na década de 1970 para suprir a falta de agências em municípios e bairros afastados dos grandes centros. Até aí a ideia parecia boa. O problema é que os bancos, com o passar dos anos, viram a chance de obter vantagens em detrimento dos direitos dos trabalhadores.
Um levantamento do IBGE comprova. Em 2000, o Brasil tinha 5.507 municípios, 16.396 agências e 13.731 correspondentes. Em 2010, o número de municípios subiu para 5.565 e o de agências para 19.813. Já a quantidade de correspondente saltou para 165.228, crescimento de 1.103%. Dados da Fenaban mostram ainda que 35% das cidades brasileiras continuam sem agências e 26% têm apenas uma.
 Ou seja, hoje, quatro décadas depois, quase não houve mudanças. Quem mora em municípios distantes continua sem acesso aos serviços bancários ou tem atendimento deficitário. Diferente de quem está nos grandes centros. Apesar de o número de agências quase não mudar, o de correspondentes aumentou consideravelmente e, o que antes era feito nas unidades, com todo o apoio e suporte do bancário, passou a ser feito nos correspondentes.
 Para complicar ainda mais a vida do trabalhador, neste ano, o Banco Central publicou duas resoluções que dão carta branca para que as organizações financeiras contratem correspondentes bancários. Com a medida, sai perdendo o funcionário, que, enquanto correspondente, desempenha atividades de bancário, mas não possui os mesmos direitos e benefícios, e também a população, principalmente a mais pobre, mandada para longe das agências.



Sindicato dos Bancários de Dourados e Região - MS

Rua Olinda Pires de Almeida, 2450 Telefone 0xx67 - 3422 4884