Notícias

16 de Agosto de 2011 às 23:59

Crise financeira mundial, um mal sem fim

 
Os recentes abalos nas Bolsas de Valores do mundo mostram que a crise financeira está longe de acabar. O atual modelo de crescimento baseado em endividamento e em exportações de insumos não vai durar muito tempo. É o que explica o economista marxista francês François Chesnais, 77 anos, em entrevista a um jornal de circulação nacional.
A recuperação da crise iniciada em 2007 e com ápice em setembro de 2008 com a quebra do Lehmann Brothers foi apenas um alívio passageiro obtido por uma dose extra de estímulos que preparou o caminho para uma recaída que se anuncia terrível. Como paciente que não tem cura, o neoliberalismo parece que chegou à etapa senil, cheio de tubos na UTI de um hospital e a única sobrevivência seria possível apenas em um cenário monstruoso, marcado por genocídios, militarizações e destruições ambientais.
De acordo com François Chesnais, eventos chaves contribuíram para a eclosão da primeira fase da crise: o crash da Nasdaq, a resposta dos EUA ao 11 de setembro de 2001, as guerras no Iraque e Afeganistão e a entrada da China na Organização Mundial do Comércio.
Os efeitos da segunda etapa, contudo, começaram na União Européia em 2010 com o contínuo fluxo de dinheiro público para alguns governos e para os bancos. E no final de 2010 aconteceu o que inevitavelmente teria de acontecer: a explosão da dívida pública grega. Resultado: os sistemas bancários na Grécia, Itália e Espanha estão cada vez mais próximos do colapso. Fato ameaçador para os bancos nos países da zona do Euro.
No entanto, diferentemente da primeira fase, marcada por incentivos do governo para o setor privado e a expansão da dívida pública, a segunda fase da crise mundial começa com o fim da generosidade do Estado: a chegada dos cortes de gastos, reduções salariais, aumentos nas taxas de juros. Em síntese, a porta de entrada para uma época de contração e estagnação econômica e enquanto os bancos e os investidores financeiros estiverem no comando a situação tende a piorar.
O problema é que a classe trabalhadora é a primeira a sentir os cortes na pele. Daí a eclosão de manifestações em diversas partes do mundo. De acordo com François Chesnais, os movimentos, liderados pela juventude, “são reações ao extraordinário abismo social num tempo em que o consumismo é projetado mundialmente pela tecnologia contemporânea pelas estratégias de mídia”.
 



Sindicato dos Bancários de Dourados e Região - MS

Rua Olinda Pires de Almeida, 2450 Telefone 0xx67 - 3422 4884