Dia Internacional da Mulher, bancárias na luta por igualdade na vida, trabalho e movimento sindical
Na próxima terça-feira, dia 8 de março, é comemorado o Dia Internacional da Mulher. As brasileiras e especialmente as bancárias chegam a esta importante data com muito a comemorar em 2011, mas também com a clareza de um longo caminho para percorrer rumo à igualdade de gênero na vida, no trabalho e no movimento sindical. Na cena política, não há símbolo maior dos avanços do que a eleição de Dilma Rousseff para o cargo máximo do país. A vitória é ainda mais expressiva num país em que o direito de voto só foi conquistado pelas mulheres em 1934. Por outro lado, no Congresso Nacional, a desigualdade continua flagrante: nas últimas eleições, 45 deputadas e 12 senadoras foram eleitas de um total de 513 deputados e 81 senadores. A situação também se repete no campo econômico, como confirma uma pesquisa da Fundação Seade e do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), divulgada na quarta-feira, dia 2. Se por um lado a presença da mulher no mercado de trabalho ao longo dos anos (2002-2008) cresceu 40,9%, chegando a 43,7% da PEA (PNAD/2008), por outro, as diferenças de tratamento e de oportunidades não sofreram alteração do ponto de vista da sua superação. As mulheres ainda são as principais atingidas pelo desemprego em momentos de crise e ainda são maioria no trabalho em condições precárias - 42,1% das mulheres e 26,2% dos homens, conforme o Ipea. Até 1968, quando o então Banespa aceitou pela primeira vez o acesso de mulheres ao cargo de auxiliar de escritório, o sistema financeiro era um território exclusivamente masculino. Hoje, elas são quase a metade da categoria, como mostra a Pesquisa de Emprego Bancário feita pela Contraf-CUT e pelo Dieese. No entanto, embora tenham maior escolaridade que os homens, as mulheres enfrentam forte resistência para a ascensão profissional nos bancos e ganham, na média, 24% a menos que os homens. As bancárias já são discriminadas na porta de entrada: são contratadas com salários 36,5% inferiores aos dos colegas do sexo masculino. Sobretudo na última década e meia, as bancárias alcançaram importantes conquistas. Quando a então CNB/CUT incluiu pela primeira vez na pauta de reivindicações o tema Igualdade de Oportunidades, em 1996, os bancos negavam enfaticamente a existência de discriminação e preconceito nas empresas. Hoje temos uma mesa temática sobre o assunto em funcionamento, em busca da formulação de políticas que ponham fim às discriminações. Em 2009, os bancários foram a primeira categoria a conquistar a licença-maternidade de 180 dias. O Sindicato dos Bancários de Dourados e Região, aproveita a data para parabenizar a todas as bancárias e demais trabalhadoras que exercem suas funções no sistema financeiro, desejando que todas possam ter um ótimo Dia Internacional da Mulher, e que possamos todos, homens e mulheres nesta data fazer uma reflexão no sentido de avançarmos na luta pela conquista de igualdade de oportunidade entre gêneros. Fonte: Contraf CUT e Seeb Dourados