8 de Março de 2013 às 23:59
Dia Internacional da Mulher. Dia de reflexão e de lutar por respeito e igualdade

A visita é para cumprimentar as trabalhadoras bancárias e também para fazer a entrega do Jornal das Mulheres, uma publicação da Contraf-CUT, que é a nossa Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro, com matérias que fazem o resgate da luta das mulheres nos bancos para buscar o seu espaço. Além do jornal, o Sindicato faz, ainda, a entrega de um chocolate e uma flor, numa singela homenagem a todas as nossas companheiras de trabalho.
O 8 de março também deve servir para reflexões sobre as dificuldades ainda enfrentadas pelo sexo feminino. Falta mais participação na política e nos cargos de chefia e até na própria direção do sindicato, além da equiparação de salário. Ainda hoje as mulheres ganham menos do que os homens. O dia é delas, mas as mudanças têm de partir de todos.
Desigualdade persistente
Graças ao poder de mobilização das mulheres, as bancárias acumulam importantes conquistas, como o auxílio-creche/babá, em 1981, a garantia do debate sobre igualdade de oportunidade nas campanhas salariais, em 2000, e a licença maternidade de 6 meses, em 2009.
Apesar dos avanços históricos, ainda há muitos problemas enfrentados pelas trabalhadoras. Há desigualdades na ocupação de cargos de chefia, diferenças salariais, assédio moral e sexual e desigualdade racial. Nos bancos, as mulheres ganham, em média, 30% a menos do que os trabalhadores do sexo masculino, ocupam apenas 20% dos cargos gerenciais e têm somente 6% dos cargos de direção.
Uma pesquisa do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), de dezembro de 2012, mostra que, nos bancos, as mulheres começam a carreira com diferença salarial de mais de 20% em relação aos homens. A pesquisa ainda aponta que a maioria dos novos postos de trabalho é ocupada por homens.
História: Como surgiu o Dia Internacional da Mulher
No Dia 8 de março de 1857, operárias de uma fábrica de tecidos, situada na cidade norte americana de Nova Iorque, fizeram uma grande greve. Ocuparam a fábrica e começaram a reivindicar melhores condições de trabalho, tais como, redução na carga diária de trabalho para dez horas (as fábricas exigiam 16 horas de trabalho diário), equiparação de salários com os homens (as mulheres chegavam a receber até um terço do salário de um homem, para executar o mesmo tipo de trabalho) e tratamento digno dentro do ambiente de trabalho.
A manifestação foi reprimida com total violência. As mulheres foram trancadas dentro da fábrica, que foi incendiada. Aproximadamente 130 tecelãs morreram carbonizadas, num ato totalmente desumano.
Porém, somente no ano de 1910, durante uma conferência na Dinamarca, ficou decidido que o 8 de março passaria a ser o "Dia Internacional da Mulher", em homenagem as mulheres que morreram na fábrica em 1857. Mas somente no ano de 1975, através de um decreto, a data foi oficializada pela ONU (Organização das Nações Unidas).
Objetivo da Data
Ao ser criada esta data, não se pretendia apenas comemorar. Na maioria dos países, realizam-se conferências, debates e reuniões cujo objetivo é discutir o papel da mulher na sociedade atual. O esforço é para tentar diminuir e, quem sabe um dia terminar, com o preconceito e a desvalorização da mulher. Mesmo com todos os avanços, elas ainda sofrem, em muitos locais, com salários baixos, violência masculina, jornada excessiva de trabalho e desvantagens na carreira profissional. Muito foi conquistado, mas muito ainda há para ser modificado nesta história.
Fonte: Seeb-Dourados e Região, por Joacir Rodrigues