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6 de Abril de 2011 às 23:59

Dilma transfere para ANP controle sobre açúcar e decisão terá efeito imediato em MS

A decisão da presidente Dilma Rousseff que transfere para a ANP (Agência Nacional do Petróleo) o controle e a fiscalização sobre a cadeia produtiva do etanol deve ter efeitos imediatos em Mato Grosso do Sul. O produto deixa de ser tratado como derivado da produção agrícola da cana-de-açúcar e ganha status de combustível estratégico. Segundo a Biosul (Associação dos Produtores de Bioenergia de Mato Grosso do Sul), MS deve manter a quinta posição no ranking dos maiores produtores de cana do Brasil. "Na safra 2011/2012 nossa expectativa é de um crescimento de 21,7%", afirmou Roberto Hollanda Filho, presidente da entidade. Com cerca de 20 usinas operando e mais três novas indústrias previstas para começar a funcionar a partir de julho, Mato Grosso do Sul deve moer 40,8 milhões de toneladas de cana neste ano. A área plantada atualmente é de 461,3 mil hectares. Toda esta força produtiva, agora, terá que prestar contas à ANP e seguir as decisões estratégicas do governo brasileiro voltadas para o mercado internacional de petróleo. Atualmente, o governo tem pouco controle sobre os estoques de cana-de-acúcar, totalmente controlados pelo capital privado que decidem livremente como operar na oferta e demanda do mercado interno. Assim, situações como o preço do álcool combustível nos postos de combustível de Mato Grosso do Sul, por exemplo, fogem ao controle estatal. Atualmente, mesmo com toda produção de cana, MS tem o etanol mais caro de todos os tempos, inviabilizando o uso do combustível pelos motoristas sul-mato-grossenses. Com a determinação de Dilma à ANP, o governo terá maior controle sobre a quantidade produzida e o fluxo de comercialização das usinas. A presidente, experiente na gestão estratégica de energia, já determinou a auxiliares estudos para a redução "substancial" do etanol que é misturado à gasolina. Atualmente a taxa varia entre 20% e 25%. Regionalmente, o Sinpetro (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo e Lubrificantes) diz que a venda do etanol está praticamente parada nos postos de MS e aposta na diminuição dos preços somente no final deste mês de abril. Compensando mais produzir açúcar do que o etanol, as usinas diminuem a produção do combustível e os preços sobem. Além disso, a alíquota do ICMS sobre o diesel cobrada pelo Governo Estadual de Mato Grosso do Sul, de 17%, é uma das mais altas do Brasil e encarece a vinda do álcool para MS. Desde os anos 70, os preços do açúcar nunca estiveram tão alto. A remuneração da commodity supera a do etanol em 75%. Usineiros na mira A presidente Dilma Rousseff não escondeu que está aborrecida com os usineiros, sobretudo com as multinacionais. Ela chegou a mencionar uma possível taxação nas exportações de açúcar como forma de "punir" o descompromisso do setor com os planos estratégicos do governo. Segundo Dilma, os usineiros estariam sendo "pouco solidários" ao quebrarem acordos. Ela disse ainda que a entrada de empresas multinacionais no setor agravou a "visão restritiva" dos compromissos. O recado enviado após reunião na última segunda (4) com os ministros Antonio Palocci (Casa Civil), Guido Mantega (Fazenda), Edison Lobão (Minas e Energia) e Wagner Rossi (Agricultura) foi de que o governo não vai aguardar a situação se agravar para agir. Fonte: Midiamax Campo Grande, por Éser Cáceres



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