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10 de Setembro de 2010 às 23:59

Editorial do Jornal O Progresso fala dos problemas enfrentados pelo descaso dos bancos

Editorial do Jornal O Progresso de hoje, 10/9, com o título “Bancários Demitidos” fala da Campanha Salarial dos Bancários e destaca o descaso dos banqueiros em relação ao atendimento prestado a população, dos seus lucros bilionários as custas de agiotagem oficial e denuncia ainda que não pensam duas vezes na hora de demitir seus funcionários para aumentar ainda mais seus lucros. O editorial diz ainda que: “É por essas e outras que a campanha salarial da categoria neste ano defende a proteção contra demissões imotivadas, cobra mais contratações, melhores condições de trabalho, igualdade na remuneração, reversão das terceirizações e fim dos correspondentes bancários mediante substituição por agências e postos de atendimento. A categoria reivindica ainda reajuste salarial de 11%,...” Veja abaixo o editorial na íntegra: Bancários Demitidos 10.Set.2010 | Os banqueiros seguem fazendo pouco caso das pessoas que precisam dos serviços que, infelizmente, podem ser prestados apenas pelos bancos deste país. Ao mesmo tempo em que lucram dezenas de bilhões de reais todos os anos com a agiotagem oficial praticada por meio do cheque especial ou dos empréstimos às pessoas físicas e jurídicas, os banqueiros não pensam duas vezes na hora de demitir seus funcionários para aumentar ainda mais seus lucros. Números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) apurados através da Relação Anual de Informações Sociais (Rais) do Ministério do Trabalho e Emprego revelam que em um ano e meio, ou seja, de janeiro de 2009 a junho de 2010, os bancos brasileiros demitiram 48.295 empregados, que representa 10,25% da categoria. Como no mesmo período as instituições financeiras geraram apenas 9.048 novos postos de trabalho, ficou um déficit de 39.247 vagas, ou seja, está explicado porque as pessoas precisam esperar cada vez mais tempo no interior de uma agência bancária para conseguir descontar um simples cheque ou pagar suas contas. Os mais grave desta relação desumana é que a quase totalidade dos demitidos são trabalhadores que não cumpriram as metas abusivas para a venda de produtos como seguro de vida, carro, imóvel ou saúde, bem como os famigerados títulos de capitalização, onde os bancos prometem sorteios de pequenas fortunas em troca de um depósito compulsório todos os meses. É por essas e outras que a campanha salarial da categoria neste ano defende a proteção contra demissões imotivadas, cobra mais contratações, melhores condições de trabalho, igualdade na remuneração, reversão das terceirizações e fim dos correspondentes bancários mediante substituição por agências e postos de atendimento. A categoria reivindica ainda reajuste salarial de 11%, mas é claro que os banqueiros farão de tudo para que o aumento não passe de 5%, mesmo diante do aumento recorde nos lucros dos bancos públicos e privados. Fica cada vez mais evidente que o governo Lula pode até ter sido bom para as classes mais pobres, mas, certamente, foi uma mãe para os banqueiros. Os números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados revelam que o governo federal precisa adotar medidas urgentes para acabar com a farra no sistema financeiro, mesmo porque o péssimo atendimento prestado pelos bancos à sociedade e as altas taxas de juros praticadas pelas instituições comprova que está ocorrendo enriquecimento ilícito. Outro agravante é que os banqueiros acabam usando a rotatividade para baixar a média salarial dos trabalhadores e, ainda mais grave, continuam discriminando as mulheres que estão sendo contratadas com salários inferiores aos dos homens. Essa prática, nefasta para as relações trabalhistas, ficam comprovadas através do elevado número de demissões e de contratações, ou seja, ao dispensar 48.295 funcionários e admitir apenas 9.048 trabalhadores, os bancos recorrem a rotatividade para demitir quem ganha mais e contratar profissionais para fazer o mesmo trabalho recebendo salários menores. Cabe ao governo cobrar explicações Itaú Unibanco, Bradesco, Santander e HSBC, responsáveis pelo maior número de demissões e, ao mesmo tempo, enquadrar o Banco do Brasil em virtude do déficit de funcionários em todo o país. Enquanto isso, nem mesmo as reclamações que chegam ao Sistema Nacional de Informações de Defesa do Consumidor (Sindec) estão sendo capazes de sensibilizar o governo. As agências bancárias continuam castigando os clientes e, cada vez mais, as máquinas tentam fazer o papel que durante décadas os seres humanos fizeram tão bem na função de bancários. Antes humanizadas, as agências bancárias foram, aos poucos, ganhando ares de ficção científica e hoje quase tudo é automatizado, até a emissão de talão de cheques. É inverossímil, mas as agências do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal chegaram ao absurdo de recusar o recebimento de depósito na chamada boca do caixa. Os bancos que, em tese, foram criados para guardar o dinheiro do contribuinte em troca de taxas de manutenção das contas, estão se negando até mesmo a receber depósito. O cliente, se quiser, que deposite o dinheiro ou cheque através do serviço de autoatendimento, violando, inclusive, determinação do Banco Central. É lamentável!



Sindicato dos Bancários de Dourados e Região - MS

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