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24 de Outubro de 2011 às 22:59

Em artigo professor crítica adminsitração municipal sobre reportagem do "JN no ar"

“JN no ar”, outra vez por aqui!

*Ribeiro Arce

A cidade de Dourados foi brindada pela segunda vez esse ano pelo projeto de jornalismo da Rede Globo de Televisão chamado de “JN no ar”, exibido no principal jornal da emissora, o “Jornal Nacional”. Sempre que há um fato considerado relevante pela emissora, uma equipe se desloca num “jatinho” para produzir o material e exibir em rede nacional no mesmo dia.

Na primeira vez que o “JN no ar” apareceu em Dourados foi em 1º de fevereiro desse ano. Aliás, o “aviãozinho” da Globo nem na cidade, que é a segunda maior de MS, consegue aterrissar por falta de um aeroporto decente. Entra prefeito e sai prefeito e as reformas e adequação do aeroporto, conforme exige os organismos nacional e internacional, para pouso e decolagem de grandes aeronaves não saem do papel. Uma grande falta de vergonha e compromisso dos governantes.

Mas voltando a tal visita ilustre de fevereiro passado, naquela época o povo daqui se preparava para eleger um novo prefeito para um mandato tampão, em face da roubalheira praticada pela turma do Ari Artuzi alojada na Prefeitura e Câmara de Vereadores. Na reportagem, as jornalistas Bete Lucchese e Claudia Ghaigher mostraram o caos vivido pela cidade, resultado da corrupção, incapacidade administrativa e desvio de 35 milhões de Reais pelos gestores públicos. Naquela fatídica noite de terça-feira a cidade e seu povo foram mostrados a nível nacional e de forma muito negativa. Muita gente reclamou, mas nada pôde fazer, afinal os corruptos foram eleitos pelo próprio povo.

A segunda visita do “JN no ar” ainda está bem fresquinha na cabeça do povo, afinal aconteceu no dia 13 de outubro último. A equipe do jornalista André Luiz Azevedo veio até a cidade, depois do “aviãozinho” aterrissar em Campo Grande, fazer uma reportagem sobre a denúncia do Ministério Público Federal de desvio de R$ 1.800.000,00 (um milhão e oitocentos mil reais) da saúde indígena. Foi outra matéria veiculada em nível nacional e que manchou ainda mais a credibilidade da combalida cidade de Dourados. Muita gente deve ter reclamado de novo que a cidade só aparece na mídia nacional em noticia negativa.

Na reportagem do inicio do ano a cidade nem prefeito tinha, o cargo era ocupado de forma interina, era muito mais fácil sair dos embaraçosos questionamentos dos repórteres globais. Porém dessa vez não havia saída frente ao tamanho descalabro analisado ‘in loco’ pelo repórter na aldeia indígena, tais como postos construídos de forma irregular, falta de remédios, equipamentos e até água potável para os indígenas. Mas por incrível que pareça, o prefeito Murilo sumiu da reportagem, quem falou pela prefeitura foi a secretaria de saúde, Silvia Regina Souza. A Silvia deve achar que o povo é tudo otário. Veja só, culpou a administração do Artuzi, afastada do cargo por corrupção, pelo caos na área indígena. Deu pra si própria um atestado de incompetência, até agora não conseguiu fazer uma auditoria nas contas do prefeito tido como mais incompetente e corrupto da história do município.

Já fazem mais de sete meses que o Murilo assumiu a prefeitura e pelo jeito não conseguiu encontrar onde está o dinheiro repassado pelo Governo Federal para atender os índios do município. Tanta incompetência dele, da vice Dinaci do PT e dos representantes dos 15 partidos que formaram a aliança que governa a cidade. Da FUNAI nem vou falar nada, afinal esse órgão se desaparecer do mapa, apenas um pequeno grupo que vive dependurado em cargos sentirá falta.

Antes de ir embora de nossa cidade, o repórter global André Luiz Azevedo fez uma aparição ao vivo no mesmo local em que a Bete Lucchese despediu de nós em 1º de fevereiro último, em frente a igreja Católica da Praça Antônio João. O repórter informou que a prefeitura havia enviado um relatório de três páginas para o Ministério Público Federal explicando sobre os gastos dos recursos destinados para os índios e que o mesmo não satisfez o MPF que respondeu numa nota de apenas cinco linhas. O povo não suporta mais tanta corrupção e nesse caso específico espera que haja uma explicação plausível e se existiu desvio que os culpados sejam punidos rigorosamente na forma da lei. Quanto ao “JN no ar” esperamos que a próxima visita por aqui seja para reportar um fato positivo de projeto desenvolvido na cidade.

*Professor da rede estadual de ensino. E-mail: ribeiro arce@gmail.com



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