21 de Julho de 2012 às 23:59
Geração de empregos nos bancos cai 83% no primeiro trimestre
Mesmo com a crise financeira mundial, o Brasil gerou 442.608 mil empregos no primeiro trimestre deste ano. Mas, os bancos, setor mais lucrativo da economia nacional, são responsáveis pela abertura de apenas 1.144 novos postos de trabalho.
O número representa uma queda de 83,3% ante o mesmo período do ano passado. As empresas que mais fecharam vagas foram o Itaú (1.964) e o Banco do Brasil (406). Os dados são do Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos).
Entre janeiro e março, os bancos desligaram 10.001 trabalhadores e contrataram 11.145. No mesmo período do ano passado, o saldo de empregos foi de 6.851. A queda é quase três vezes maior do que a desaceleração do emprego na economia, de 27,5% nos primeiros três meses.
A rotatividade da mão-de-obra também segue em alta e é utilizada para conter a expansão da massa salarial. O salário médio dos trabalhadores admitidos foi 38,2% inferior ao dos desligados. Na economia brasileira em geral, a diferença média do rendimento dos contratados é 7% inferior ao dos demitidos.
Falta compromisso com o desenvolvimento
Os números mostram que os bancos estão na contramão do desenvolvimento do país. Para se ter ideia, o saldo de 1.144 trabalhos gerados representa uma expansão de apenas 0,22% no emprego bancário.
O estudo ainda chama a atenção para o rendimento das mulheres, que continua menor do que o dos homens. De acordo com o Dieese, a média salarial das bancárias desligadas (R$ 3.545,66) é 29% inferior à dos bancários (4.978,80).
A pesquisa aponta que elas já entram nos bancos ganhando menos. O salário de ingresso das mulheres é de R$ 2.291,98 enquanto que o dos homens é de R$ 3.014,91. Diferença de 24%.