20 de Novembro de 2013 às 22:59
Hoje é Dia da Consciência Negra - Setor financeiro discrimina os negros e dá preferência aos brancos
O dia 20 de novembro é o momento de celebrar a memória de Zumbi dos Palmares e, acima de tudo, refletir sobre novas formas para enfrentar o racismo.

Aos 15 anos, fugiu em busca de suas origens e voltou para o Quilombo dos Palmares, uma comunidade livre formada por escravos fugitivos. Tornou—se líder da comunidade aos 25 anos, se destacando pela habilidade em planejamento, organização e estratégias militares. Sob seu comando, Palmares obteve diversas vitórias contra os soldados portugueses.
Em 1694, o quilombo foi atacado pelo bandeirante Domingos Jorge Velho. Zumbi conseguiu escapar, mas o esconderijo foi denunciado por um antigo companheiro. Em 20 de novembro de 1695, o líder negro foi capturado e morto, aos 40 anos de idade.
Setor bancário discrimina os negros e dá preferência aos brancos
Uma notícia nada boa no Dia da Consciência Negra. A desigualdade salarial e de oportunidades nas agências bancárias mostram com bastante evidência o preconceito racial existente no mercado de trabalho. Apenas 26% dos bancários negros conseguem
promoção, de acordo com a ONG Educafro.
A diferenciação é grande e revela que o racismo no setor é maior do que em outras áreas. As organizações financeiras têm apenas oito negros para cada 100 trabalhadores brancos.
A discriminação é mais evidente nos bancos privados onde 80,7% dos funcionários são de cor branca, 16,5% de negra e 2,1% de cor amarela. No entanto, nos públicos, o racismo também existe. Do total de trabalhadores, 74,8% são brancos, 21,9% negros e 33% amarelos. Os dados são do Ministério do Trabalho e Emprego e foram extraídos do RAIS (Registro Anual de Informações Sociais).
Na base do Sindicato dos Bancários de Dourados e Região, composta por 13 municípios, a situação de discriminação não é diferente, muito pelo contrário, ela é ainda mais acentuada que a média nacional. Segundo levantamento, dos cerca de 800 bancários, o número de negros não chega a 5%. Um absurdo.
O mais assustador é que ao invés de desenvolver políticas de inclusão, o setor está “embranquecendo” ainda mais o corpo de empregados. No ano passado, o número de negros admitidos nos públicos foi de 4.552, enquanto o de brancos foi de 10.923. Nos privados a diferença é ainda mais assustadora. Foram admitidos 4.364 negros, e um número quase cinco vezes maior de brancos, 19.923.
Mesmo com dados alarmantes, na mesa temática sobre Igualdade de Oportunidades, as organizações financeiras insistem no argumento de que estão fazendo um esforço para mudar a situação. Difícil é acreditar.
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Fonte: Seeb-Dourados e Região, com Seeb-Bahia