27 de Outubro de 2011 às 22:59
Homem é maioria no trabalho escravo
Homem, negro, analfabeto funcional, idade média de 31 anos e renda declarada mensal de 1,3 salário mínimo. Este é o perfil das vítimas de trabalho escravo rural do Brasil, segundo estudo da OIT (Organização Internacional do Trabalho).
A pesquisa ainda revela que a maioria (77%) nasceu no Nordeste. Os dados mostram que a exploração começa desde cedo, com o trabalho infantil. De todos os entrevistados, 92,6% iniciaram a vida profissional antes dos 16 anos. A idade média é de 11 anos, cerca de 40% iniciaram antes desta idade.
Além dos trabalhadores explorados, o levantamento identificou os perfis dos intermediários e empregadores. De acordo com o estudo, a maioria dos “gatos”, como são chamados os intermediários, se declarou preto ou pardo, nordestino, baixa escolaridade e sem formação profissional. Os “gatos” são responsáveis pelo aliciamento, contratação e controle da força de trabalho.
No outro lado da historia, com perfil socioeconômico bastante diferente, estão os empregadores. Em geral, são homens, brancos, idade média de 47 anos, nascidos na região Sudeste e possuem ensino superior completo.
Todos os fazendeiros entrevistados fazem parte da Lista Suja (cadastro que reúne os empregadores que exploram os trabalhadores em condição semelhante à escravidão). A lista possui 251 nomes, conforme a atualização de julho deste ano.
Para a pesquisa, a OIT ouviu trabalhadores resgatados em fazendas da Bahia, Goiás, Mato Grosso e Pará, regiões com maiores incidências de trabalho escravo rural no Brasil.