ITAÚ: Bancários não aceitam demissões e cobram compromisso do banco
Rindo de que? Quando anunciaram a fusão, Roberto Setúbal e Pedro Moreira Salles assumiram o compromisso de que não haveria demissões. Demissões atingem trabalhadores de departamentos e agências em diversas regiões do país e provam a quebra da palavra da diretoria do banco. A Contraf-CUT, federações e sindicatos não aceitarão a postura do Itaú Unibanco de demitir trabalhadores num momento em que os lucros da empresa batem recordes a cada ano, atingindo R$ 13,3 bilhões no ano passado, o maior da história dos bancos brasileiros. O movimento sindical iniciou com o Dia Nacional de Luta, nesta terça-feira, 19/4, uma campanha em todo o país pela garantia de emprego a todos os bancários. “A eliminação dos empregos deixa clara a quebra do compromisso assumido após a fusão pelos presidentes dos dois bancos, Roberto Setúbal e Pedro Moreira Salles, de que não haveria demissões no processo de integração”, afirma o funcionário do Itaú e presidente da Contraf- -CUT, Carlos Cordeiro. “Esperamos que a diretoria de RH do banco traga soluções para as reivindicações dos bancários na próxima negociação”, afirma. A declaração dos banqueiros ocorreu nos primeiros dias após o anúncio da fusão, em 2008. O movimento sindical bancário cobrou da empresa por diversas vezes a assinatura de um acordo que garanta a manutenção dos empregos e direitos aos funcionários dos dois bancos. No entanto, a empresa se recusou a dar essa tranqüilidade para seus funcionários. “A diretoria do Itaú Unibanco deixou claro que não ocorreriam demissões, mas o fato é que até mesmo bancários premiados no programa Agir perderam seus empregos, o que evidencia o desrespeito do banco com seus trabalhadores”, ressalta Carlos Cordeiro.“No caso dos departamentos, enquanto aumentam as demissões, cresce também o número de trabalhadores terceirizados, precarizando as condições de trabalho e os direitos. O banco deveria contratar mais bancários, para diminuir a sobrecarga de trabalho que coloca em risco a saúde dos trabalhadores”, completa. Descaso aos bancários também no reajuste do plano de saúde O descaso da diretoria do Itaú Unibanco para com seus funcionários se manifesta também na atitude da empresa na questão do plano de saúde. Como se não bastasse o reajuste unilateral de até 24,61% no convênio médico efetuado na folha de pagamento de março sem qualquer comunicação prévia aos trabalhadores, o banco desmarcou em cima da hora uma negociação agendada com a representação dos bancários para discutir o tema. As entidades sindicais cobram transparência do banco, com a apresentação detalhada do balanço do convênio, discriminando de forma clara a contribuição dos funcionários. Na primeira reunião, a empresa apresentou dados superficiais, insuficientes para uma avaliação da situação financeira do plano de saúde. O acordo que unificou os convênios médicos, construído ao longo de um intenso processo de negociação entre as partes e assinado em 24 de fevereiro de 2010, prevê um reajuste definido pela sinistralidade e outros dados do convênio, o que não está sendo seguido pelo banco. Além disso, ficou acertado que qualquer modificação no plano de saúde deveria ser previamente anunciada aos trabalhadores e movimento sindical, o que não aconteceu.