17 de Janeiro de 2013 às 22:59
Justiça feita para bancários do Santander na Bahia
O dia 16 de janeiro foi especial para os bancários do Santander. Quase um mês após a Justiça conceder liminar determinando a reintegração dos funcionários demitidos, nesta quarta-feira, os empregados voltaram às agências.
Júlio César Ferreira, um dos 31 desligados em 3 de dezembro, voltou ao trabalho na unidade Mercês. “Estou muito feliz. A participação do Sindicato foi fundamental. Nunca havia precisado da entidade, que, aliás, está à frente de muitos sindicatos no Brasil. Recebi apoio de todos os setores”, conta.
Bancário há 19 anos, Júlio iniciou a carreira no Rio de Janeiro no então Sudameris, comprado pelo Banco Real e depois incorporado pelo Santander. Quando foi demitido exercia o cargo de coordenador de atendimento. O funcionário conta que recebeu a notícia com surpresa. “No dia, a ficha não caiu. Mas na manhã seguinte, quando acordei e vi que não ia trabalhar, foi desesperador”.
O bancário Marcelo Vallejo, lotado na unidade Marquês de Leão, diz que se sentiu usado quando soube que seria demitido depois de 14 anos de serviços prestados à empresa. “Abrimos mão de muita coisa. Entramos cedo e saímos tarde da agência e parece que nada vale a pena”.
Marcelo começou como escriturário e há três anos e meio é gerente de atendimento. Ele conta que sempre cumpriu todas as obrigações, mesmo com problemas de saúde. “Você está tão comprometido com o trabalho, que evita se ausentar”, afirma.
O empregado também parabeniza o Sindicato da Bahia pela luta em prol dos trabalhadores. “Foi um excelente trabalho e é preciso destacar a belíssima postura da Justiça”.
Mesmo com prazo maior, reintegração é limitada
Apesar de estar feliz com a reintegração, o bancário do Santander Marcelo Vallejo chama atenção para a dinâmica depois da volta ao trabalho. “Não recebemos senha e ninguém desempenhou as funções. Não temos suporte nas agências. É constrangedor”.
Embora a decisão judicial obrigasse o banco a readmitir os funcionários no dia seguinte após a deliberação, ocorrida em 19 de dezembro, a empresa pediu a prorrogação do prazo até ontem. Mesmo assim, alguns funcionários não puderam desempenhar as funções de forma plena.
Além disso, ainda existe dúvida sobre a estabilidade no emprego. “Agora, fica a expectativa para a condução do banco. Espero que mude o posicionamento e acabe com a nossa insegurança. Achamos que a qualquer momento podemos ser mandados embora”, explica o bancário Júlio César Ferreira.
Fonte: Seeb-Bahia