16 de Fevereiro de 2012 às 22:59
Lucro do Banco do Brasil acompanha alta do spread
O balanço divulgado pelo Banco do Brasil, em 2011 o lucro foi de R$ 12,1 bilhões, leva a algumas constatações. No ano passado, a empresa ampliou o quadro de funcionários e aumentou a concessão de crédito para o setor produtivo, mas, em contrapartida, o spread bancário cresceu em todos os segmentos.
O número de trabalhadores passou de 109.026, em 2010, para 113.810, em 2011, o que representa abertura de 4.784 vagas. A parte positiva é que as contratações ajudam a diminuir a sobrecarga de trabalho.
Expansão também nos empréstimos. A carteira de crédito do agronegócio fechou o trimestre com saldo de R$ 89,4 bilhões, elevação de 6,7% na comparação do terceiro trimestre de 2011 e de 18% no ano. A carteira de pessoa jurídica subiu 19% no ano e 5,6% no trimestre. O segmento de micro e pequenas empresas cresceu 19,5% em relação a dezembro de 2010.
Na contramão, contudo, vem o spread bancário, diferença entre o custo de captação e as taxas de juros cobradas pelo banco, que aumentou em todos os segmentos. A maior alta aconteceu para pessoa física (15,5%). Os dados revelam que, as reduções da taxa Selic não tiveram reflexo para a sociedade.
O fato demonstra que o BB não tem prestado o papel social que um banco público deve ter, que é, entre outras coisas, promover a inclusão bancária, reduzir as taxas de juros e conceder empréstimos que visem o desenvolvimento e a geração de empregos e não somente o consumo.
Além disso, mesmo com o aumento nas contratações, clientes e bancários ainda sofrem com a realidade do setor bancário. Os trabalhadores continuam a sofrer pressão para cumprir metas. Outro ponto é que o ganho médio do banco por cliente subiu 12,4%, ou seja, aumento das tarifas bancárias.