Após várias denuncias que culminaram no país afora o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) vai acionar a Unimed Brasil em cerca de cem processos em que suas subsidiárias são investigadas por suspeita de infrações à concorrência.

Até agora, o Cade aplicava punições e multas apenas para a subsidiária local, o que, segundo o conselheiro Carlos Ragazzo, fazia com que as outras filiais continuassem cometendo as irregularidades.

A empresa poderá ser condenada a pagar multa de até R$ 65 milhões, correspondentes a todas as punições que podem ser aplicadas.

A principal prática considerada abusiva pelo conselho é a exclusividade exigida pela operadora para médicos em diversas cidades do país, o que impede outra empresa de plano de saúde de contratar esses profissionais.

Em Dourados por exemplo, os bancários sofrem com essa prática monopolista da Unimed uma vez que os profissionais de saúde são praticamente proibidos de atender outros convênios.

A categoria sofre com a falta de especialistas que não atendem por exemplo convênios como: Saúde Bradesco, Saúde Caixa, Cassi-BB entre outros.

Quando o trabalhador bancário precisa de um atendimento em determinadas especialidades tem que procurar outras cidades ou então bancar particularmente suas consultas.

Segundo informou o diretor do Sindicato dos Bancários de Dourados e responsável pelo departamento de saúde da entidade Ronaldo Ferreira Ramos, muitos bancos como o Itaú e HSBC tiveram que aderir ao Unimed por causa do monopólio existente na cidade.

Ele acrescenta que os bancários só não ficaram sem atendimento médico em Dourados graças aos hospitais que não fecharam as portas e entenderam a necessidade de se manter o convênio com os planos de saúde dos bancários.