6 de Janeiro de 2012 às 22:59
Mortes em assalto a bancos e correspondentes bancários cresce 113% no Brasil

Do total de vítimas, 30 eram clientes e um era bancário, os demais eram policiais, seguranças e transeuntes. Com 32 casos, as saidinhas bancárias somam 65,31% das mortes registradas.
Os dados revelam ser necessário mais investimento. O problema é que os banqueiros, embora obtenham lucratividade cada vez mais bilionária, não fazem nada para reverter o quadro e nem sequer se preocupam em oferecer condições dignas de trabalho e de segurança aos bancários e clientes.
Para José Carlos Camargo Roque, diretor jurídico do Sindicato dos Bancários de Dourados e Região, “embora não tenha sido registrada nenhuma morte por assalto a banco o ano passado no Mato Grosso do Sul, os números assustam, pois a saidinha bancária, já não é algo incomum principalmente em Dourados”.
Ainda segundo Camargo, “o crescente aumento dos correspondentes bancários, que não oferecem nenhum tipo de segurança é outro fator de preocupação e, também, já virou alvo dos assaltantes em nossa região”.
Saidinha encabeça ranking de violência
Entre os assassinatos envolvendo bancos, o tipo de ocorrência que mais contribuiu para o aumento do número, em 2011, foi a saidinha bancária com 32 mortes, o que representa 65,31% do total. Os bancos costumam colocar a culpa na falta de segurança pública ou nos próprios clientes pela ocorrência das saidinhas, se eximindo assim.
Os assaltos a agências e a correspondentes bancários ficaram empatados em segundo lugar, com cinco mortes cada, somando 20,40% dos homicídios. Os crimes envolvendo transporte de valores, assalto e abastecimento de caixas eletrônicos correspondem a 12,24%, ou seja, seis mortes. Nos PAB (Postos de Atendimento Bancário) houve uma redução nos assassinatos, passando de três em 2010, para uma em 2011.
A carência de investimento na precaução de assaltos e sequestros é apontada como pavio para as mortes. Os cinco maiores bancos em atividade no Brasil lucraram R$ 37,9 bilhões de janeiro a setembro do ano passado. As despesas com segurança e vigilância chegaram a apenas R$ 1,9 bilhão, 5,2%, em média, se comparado com os lucros.
Os dados da pesquisa do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) mostram a necessidade de medidas eficazes e equipamentos de prevenção que garantam proteção da vida, que eliminem o risco e ofereçam segurança para bancários e clientes.
“O monitoramento, interno e externo, das agências em tempo real, a implantação de vidros blindados e portas de segurança com detectores de metais antes do autoatendimento são algumas medidas com potencial de salvamento de vidas e fácil implementação, só falta vontade dos bancos”. Concluí o diretor jurídico do sindicato.
Fonte: Seeb-Dourados, por Joacir Rodrigues