11 de Outubro de 2011 às 23:59
MPF investiga destino de R$ 1,8 milhão que seriam aplicados em postos de saúde de aldeias indígenas de MS
O Ministério Público Federal em Dourados (MS) quer saber da prefeitura da cidade por que os quatro postos de saúde instalados nas duas aldeias indígenas da região funcionam, segundo o órgão, em “situação degradante”, se o governo federal mandou ao município R$ 1,8 milhão para preservar e manter as unidades funcionando.
Quatro postos de saúde instalados em duas aldeias indígenas de Dourados (MS) estão em "situação degradante" segundo o Ministério Público Federal Divulgação/MPF
A ação do MPF diz que a administração municipal tem 48 horas para explicar de que maneira foi investido o recurso. Até a tarde desta segunda-feira, a prefeitura ainda não havia sido notificada.
Aos arredores de Dourados, segunda maior cidade do Mato Grosso do Sul, vivem ao menos 13 mil índios que habitam as aldeias Jaguapiru e Bororó. Em todo o Estado vivem em torno de 73 mil índios.
Na fiscalização feita entre setembro e o início deste mês, o MPF achou nos postos, segundo a assessoria do órgão “lixo hospitalar em banheiros, arquivos enferrujados, cadeiras rasgadas, portas sem maçanetas, janelas quebradas, salas de atendimento abarrotadas de caixas e com fios elétricos à mostra, teto mofado, portas fechadas com pedaços de madeira e até fossa destampada”.
Ainda segundo o MPF, durante a fiscalização constatou-se a falta de geladeira para preservar as vacinas, de armários para guardar material de limpeza e estantes para estocar os remédios.
“Falta até um prosaico filtro de água para a equipe médica ou pacientes atendidos no local”, afirma o MPF. Ainda segundo o órgão, em maio passado, um dos postos foi interditado pela vigilância sanitária do município por falta de limpeza na caixa d’água.
Segundo o MPF, o governo federal repassou R$ 1,8 milhão à prefeitura de Dourados de 2009 a 2011.
A população de Dourados teve eleição para prefeito em fevereiro deste ano porque o ex-prefeito e 9 dos 12 vereadores da cidade foram presos no ano passados por corrupção.
Fonte: Celso Bejarano - Especial para o UOL Notícias Em Campo Grande (MS)