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17 de Agosto de 2012 às 23:59

Negociações com a Fenaban foram interrompidas por luto e prosseguem na terça-feira (21/08)

As negociações da Campanha Nacional Unificada 2012 entre o Comando Nacional dos Bancários e a federação dos bancos foram interrompidas na manhã de quarta-feira 15 de agosto após a notícia da morte do dirigente sindical bancário Manoel Castaño Blanco, o Manolo, vítima de acidente vascular.
Manolo era casado com a advogada Deborah Regina Rocco Castaño Blanco, assessora jurídica da Confederação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) – que participava da rodada de negociação assessorando os trabalhadores do Comando, quando recebeu a notícia, por volta de 13h.
As negociações foram interrompidas e serão retomadas na terça-feira (21/08) com os temas igualdade de oportunidades, segurança e remuneração.
Saúde – Os salários dos bancários afastados que aguardam perícia médica serão mantidos pelos bancos. O compromisso foi assumido pelos representantes da Fenaban, na manhã da quarta-feira (15/08), diante da reivindicação do Comando Nacional dos Bancários apresentada na rodada de negociação sobre saúde.
Atualmente, muitos trabalhadores ficam até três meses sem salário e benefício por conta da demora na realização da perícia. Além disso, entidades sindicais e Fenaban procurarão conjuntamente o INSS para discutir os problemas causados aos funcionários em função da demora no agendamento de perícias e debater os transtornos causados pela chamada alta programada.
Ficou definido também que após a Campanha serão analisadas as estatísticas de adoecimento para averiguar quais funções são mais afetadas pela LER, lesões por esforço repetitivo. O Comando Nacional voltou a defender a pausa de 10 minutos a cada 50 trabalhados como forma de prevenção, mas os bancos não concordam. Os caixas, por exemplo, estão sobrecarregados e têm uma tendência maior de adoecer caso não façam essa pausa. Os números, que serão apresentados na mesa temática sobre saúde, devem mostrar isso.
Os representantes das instituições financeiras negaram a manutenção das comissões pagas aos funcionários que se afastam por doença. O Movimento Sindical mais uma vez não concordou com essa medida, pois o bancário, além de adoecer, tem de lidar com outro problema que é a diminuição de sua remuneração mensal.
Os dirigentes sindicais reivindicaram ainda que o bancário tenha respeitado o direito de passar por consulta médica durante o expediente.
Resumo das negociações nas mesas com a Fenaban até agora
A pauta de reivindicações da categoria bancária foi entregue à Fenaban no dia 1º de agosto. No mesmo dia, foram entregues as pautas específicas dos bancários do BB e Caixa.
A primeira rodada de negociação com a Fenaban ocorreu seis dias depois, no dia 07/08, e discutiu as reivindicações de emprego, entre elas mais contratações, o fim da rotatividade e das terceirizações, a aprovação da Convenção 158 da OIT, que inibe dispensas imotivadas.
O Comando Nacional dos Bancários apresentou dados que comprovam que o setor financeiro, o mais lucrativo e rentável do país, gera poucos postos de trabalho, o que sobrecarrega os funcionários, e usa a rotatividade contratando novos trabalhadores por salários mais baixos.
Para os bancos, a redução de postos é “ajuste, prática normal de mercado”. E afirmaram que os bancários não estão preocupados com emprego.
A segunda rodada, no dia 8/8, discutiu saúde. O Comando cobrou dos bancos o fim do assédio moral e das metas abusivas, além do cumprimento da NR 17, para que todos tenham direito a intervalos de 10 minutos a cada jornada de 50 trabalhados. Essa rodada continuou no dia 14 (leia ao lado).
Apesar de os bancários sofrerem de LER e doenças mentais em níveis epidêmicos, os representantes da Fenaban acham que metas “são desafiadoras”. Os bancários deixaram claro que é preciso discuti-las, para que os trabalhadores parem de adoecer.
O instrumento de combate ao assédio moral deve ser mantido e aprimorado. A Fenaban se comprometeu a, até o fim das negociações, informar quem vai aderir ao programa de reabilitação nos bancos, acordado em 2009, mas ao qual nenhuma instituição aderiu.
Banco do Brasil: intransigência na mesa específica
O primeiro embate entre os representantes dos trabalhadores e da direção do Banco do Brasil deixou claro que será necessária forte mobilização dos bancários para conquistar avanços gerais na mesa da federação dos bancos (Fenaban) e na específica com a empresa.
Nas reuniões ocorridas nos dias 13 e 14 de agosto, os representantes da instituição financeira disseram não às reivindicações dos trabalhadores e ainda afirmaram que entre 2003 e 2011 implementaram diversas propostas do funcionalismo, mas que isso não deve ocorrer neste ano. “As conquistas nesse período só vieram com mobilização e caso o banco mantenha a postura de negar nossas propostas, definidas após amplo debate nacional, os trabalhadores irão à luta novamente. Temos a disposição de resolver a campanha por meio do diálogo na mesa de negociação, mas tem de haver a mesma disposição por parte da direção do Banco do Brasil”, afirmou na mesa de negociação o coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil, Willian Mendes.
Vermelho – Na quarta-feira 22/08 é Dia do Vermelho no Banco do Brasil, cobrando da direção do banco respeito à mesa de negociação.
Caixa tem rodada nesta sexta-feira, 17 de agosto
Os representantes dos empregados e da Caixa realizam a segunda rodada específica nesta sexta 17/08 para debater questões como saúde do bancário, Saúde Caixa e condições de trabalho.
Entre as reivindicações desses temas estão ampliação dos serviços do Saúde Caixa, melhora da rede credenciada, criação de programa de fornecimento de medicamentos com preços diferenciados e otimização da gestão do plano. Para melhorar as condições de trabalho, uma das principais exigências é que a empresa agilize as contratações para que o número de empregados da instituição financeira totalize 100 mil já neste ano.
Na primeira rodada específica na sexta-feira passada, 10/08, a Caixa manteve posição de intransigência e rejeitou a maioria das reivindicações dos empregados.
Fonte: Seeb-Dourados e Região, com Contraf-CUT e Seeb-SP



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