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16 de Dezembro de 2025 às 09:42

No Senado proposta que reduz jornada e põe fim à escala 6×1 avança na CCJ

O fim da escala 6x1, que estabelece uma jornada de trabalho de seis dias consecutivos com apenas um dia de descanso, é um marco importante nas conquistas dos trabalhadores no Brasil. Com a mudança nas leis trabalhistas e a crescente pressão por parte dos movimentos sindicais e da sociedade, o modelo de trabalho que antes era considerado uma conquista, agora cede espaço a uma nova realidade que prioriza o bem-estar, a saúde e a qualidade de vida dos trabalhadores.

Na última semana o tema voltou a ser debatido na CCJ(Comissão de Constituição e Justiça) do Senado. A medida, apresentada como extra-pauta, avançou por votação simbólica e segue agora para o plenário da Casa. Amplamente defendida pelo movimento sindical, a mudança deverá beneficiar milhões de trabalhadores e famílias, além de estimular a economia.

De autoria do senador Paulo Paim (PT-RS) e relatada por Rogério Carvalho (PT-SE), a proposta prevê que a jornada máxima caia inicialmente de 44 para 40 horas no primeiro ano após a aprovação, com redução de uma hora por ano até alcançar as 36 horas.

O parecer da CCJ reforça os impactos físicos e mentais impostos pela escala 6×1, marcada por cansaço excessivo, aumento do risco de acidentes e prejuízos ao bem-estar. O debate ganhou força nos últimos meses, impulsionado por mobilizações nas redes sociais e pelo Movimento Vida Além do Trabalho, que defende mais equilíbrio entre vida profissional e pessoal.

Apesar de críticas da oposição sobre a inclusão da matéria como extra-pauta, a presidência da Comissão lembrou que o tema foi debatido em audiências públicas ao longo do ano. Na Câmara, a discussão também avança, com propostas alternativas que mantêm a escala 6×1, mas reduzem a jornada para 40 horas semanais.

O presidente do Sindicato dos Bancários de Dourados e Região-MS, Janes Estigarribia lembra que essa mudança não apenas reflete uma adaptação às novas necessidades da sociedade e do mercado de trabalho, mas também reforça a importância de uma legislação trabalhista que acompanhe os avanços da saúde, do bem-estar e dos direitos humanos. Além disso, o fim da escala 6x1 é um sinal claro de que a proteção ao trabalhador e trabalhadora deve ser uma prioridade em tempos de transformação digital, que exige mais flexibilidade e respeito ao tempo do indivíduo.

Com a eliminação dessa escala, o Brasil avança em direção a um modelo de trabalho mais justo e humanizado. A conquista de um regime de trabalho mais equilibrado e saudável é um reflexo de um movimento contínuo em busca de um mercado de trabalho mais responsável, onde o ser humano não seja apenas uma peça na engrenagem da produção, mas também tenha espaço para cuidar de sua saúde física, mental e emocional.

O fim da escala 6x1, portanto, não é apenas uma mudança na organização do tempo de trabalho; é a consagração de um novo padrão de respeito ao trabalhador, que visa o bem-estar e a valorização do ser humano no ambiente de trabalho. E, mais uma vez, é uma conquista histórica do movimento sindical e dos trabalhadores brasileiros, que seguem avançando na busca por mais direitos e melhores condições de vida, já que nos últimos anos muitas pessoas foram afastadas em decorrência de problemas relacionados ao trabalho.



Sindicato dos Bancários de Dourados e Região - MS

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