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18 de Novembro de 2011 às 22:59

Operários de movimento grevista em Três Lagoas são demitidos

Paralisados desde segunda-feira (14), 160 operários da Mont Calm Montagem, que atuam no canteiro de obras da indústria Eldorado Brasil Celulose, em Três Lagoas, foram demitidos. Segundo informações da comissão grevista, a empresa explicou que o motivo para a rescisão foi a necessidade de redução nos custos dessa prestação de serviços.
Entretanto, o Midiamax esteve na sede da empresa e muitos trabalhadores estavam sendo contratados nesta tarde de quinta-feira (17). Nenhum representante da empresa quis se pronunciar sobre o assunto.
Há poucos instantes, os dois sindicatos que representam a categoria – Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil e Montagem Leve (Sintricom) e Sindicato dos trabalhadores da Construção Civil Pesada (Sintiespav) – e a comissão formada entre os trabalhadores envolvidos estiveram reunidos para formular a proposta a ser encaminhada à Mont Calm.
“Fomos informados de que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) cortou o repasse financeiro financiado pela Eldorado de R$ 3,8 bilhões para a sua construção. Com isso, algumas empresas terceirizadas para a obra devem reduzir os trabalhos ou até mesmo finalizar o contrato de prestação de serviços. Essa foi a explicação dada pela Mont Calm para as demissões dos grevistas, mas sabemos que aqueles que não aderiram ao movimento foram mantidos em seus postos de trabalho”, relatou um dos representantes da comissão e também demitido, Carlos Novaes Santos, operário soldador.
Conforme relato do advogado do Sintiespav, João Afonso Petenatti, o acordo para a rescisão contratual com esses trabalhadores deve contemplar um bônus financeiro, pois grande parte dele veio da região Nordeste do País, a pouco mais de um mês.
“Estamos redigindo as propostas que levantamos em consenso com a comissão sobre as demissões, pois os trabalhadores já acataram a decisão da empresa. Elas serão entregues ainda hoje para a empresa. Nossa indicação é de que seja concedido um bônus para esses trabalhadores que vieram de longe para atuar na montagem da fábrica. Soubemos que as cartas de demissão já estão prontas e a Mont Calm não irá rever o caso”, afirmou Petenatti.
Reivindicações
Entre as reivindicações que culminaram no movimento grevista, está o fato sobre diferentes salários pagos entre empresas terceirizadas que prestam o mesmo tipo de serviço.
“Nosso trabalho não cessa com a conclusão do processo de rescisão destes operários da Mont Calm, pois existe a questão das diferentes faixas salariais oferecidas para o exercício de uma mesma função entre as empreiteiras terceirizadas pela Eldorado. Assim como o pagamento da hora “in itinere”, que é o período gasto entre os alojamentos e a fábrica, localizada a 38 quilômetros de Três Lagoas. Nesta próxima semana estaremos entrando em contato para marcamos uma reunião com todas elas. Estaremos propondo um novo acordo coletivo ou o cumprimento do firmado anteriormente”, relatou Petenatti.
Alojamento
Grande parte dos trabalhadores, que aderiram ou não ao movimento, alega maus tratos no canteiro de obras, aliado a problemas estruturais do alojamento.
“O alojamento fica localizado em uma região pouco habitada, temos dificuldade em ir para a cidade para resolver nossos problemas. Também há problemas de sujeira, baixa qualidade na alimentação oferecida e a água que bebemos vem direto do poço artesiano, sem passar por qualquer tratamento”, acusou um dos trabalhadores.
Nessa questão da água, o fato que provocou a maior revolta foi o mau cheiro que ela vinha exalando. “O tanque que armazena a água não passa por limpeza há muito tempo. Pode haver até rato morto lá que eles não se preocupam em limpá-lo”, reclamou o soldador Carlos.
Fonte: Midiamax Campo Grande, por Érika Moreira, de Três Lagoas



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