6 de Setembro de 2011 às 23:59
Retrocesso nas negociações sobre segurança, assim como na reunião sobre saúde, prevaleceu a má vontade dos bancos
Negociação desta terça-feira repetiu o clima da rodada que debateu saúde: prevaleceu a má vontade dos bancos com as condições de trabalho dos seus funcionários

Na rodada que aconteceu nesta terça-feira 6, os negociadores da Fenaban disseram não às principais reivindicações da categoria, que têm o objetivo de reduzir os riscos nos locais de trabalho.
O Comando levou à mesa de negociação levantamento feito conjuntamente à Confederação Nacional dos Vigilantes dando conta de que até setembro deste ano, 31 pessoas morreram em assaltos, sendo 20 em crimes de saidinha de banco. Também aponta que foram registrados 838 ataques a bancos, sendo 537 arrombamentos e 301 assaltos.
Apesar de ser um tema vital, os bancos ou disseram 'não' às demandas dos bancários ou protelaram as discussões, demora muito prejudicial para quem é vítima dessa violência. Com essa postura, demonstraram pouco interesse no assunto, já que ampliar medidas de segurança nas agências significa diminuir riscos e garantir a integridade física de trabalhadores e clientes.
Até para debates que haviam avançado, como o fechamento das unidades e dispensa dos bancários em caso de assalto, Fenaban disse não na rodada desta terça. Um retrocesso, já que vários bancos mantêm essa prática, que deveria virar regra com cláusula na convenção coletiva. Hoje o movimento sindical tem de correr atrás, caso a caso, para evitar a abertura dos locais que sofreram assaltos.
O "não" também foi a resposta para a obrigatoriedade da instalação de portas de segurança em todas as agências bancárias, a proibição da guarda das chaves e acionadores de alarmes por parte dos bancários. Eles afirmam que os gerentes sofrem sequestros em função do cargo e não por portar chaves e acionadores. Mas esses trabalhadores não gostam de portar chaves e sabem que se não tivessem de carregá-las, sofreriam menos riscos.
Em relação à proibição no transporte de valores por bancários e reforço do monitoramento, os banqueiros ficaram de formular proposta de cláusula.
Mesa temática – Os representantes dos bancos protelaram as discussões de vários outros pontos da pauta e remeteram o debate à mesa temática. Dentre essas reivindicações estão a instalação de biombos e divisórias para proteger clientes em operações bancárias, vidros blindados e a presença de vigilantes no autoatendimento das agências.
CAT – Sobre o atendimento médico e psicológico, além do pagamento das despesas com remédios dos bancários vítimas de assaltos, a Fenaban mantém o que consta das cláusulas 29 e 30 da CCT. “Para a emissão da Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) disseram não.”
Proibição do uso do celular – O Comando cobrou dos bancos uma posição diante da lei que proíbe o uso de celulares em agências bancárias em São Paulo. Para o movimento sindical os bancários não podem ficar com mais essa tarefa e nem isolados, sem comunicação com seus familiares durante toda a jornada. Os bancos alegaram que ainda não têm posição sobre o assunto e que a legislação ainda não está regulamentada em São Paulo.
Segundo o Sindicato de São Paulo, já existe diversas reclamações dos bancários que já vivem sobrecarregados com a rotina estressante das agências bancárias, de ao mesmo tempo atender a fila, cumprir metas abusivas de comercialização dos produtos e agora ter de ficar atento aos clientes que usam celulares.