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30 de Setembro de 2011 às 23:59

SÃO PAULO: Greve cala teleatendimento do Santander SP I e SP II

Bancários do Santander paralisam concentrações e emudecem principais núcleos de teleatendimento do banco
Não havia voz do outro lado da linha dos setores de teleatendimento do Santander SP I e SP II, na Barra Funda. Em greve, dois mil bancários que trabalham lá interromperam o expediente logo que chegavam ao local nesta sexta 30 de setembro, quando o sol ainda nem havia aparecido, às 5h da manhã.
“Nosso movimento é pacífico. O banco pode atender às reivindicações dos trabalhadores e apresentar proposta decente para ser apreciada em nossas assembleias”, explicou Rita Berlofa, diretora executiva do Sindicato e funcionária do Santander.  Diante do prédio que abriga o SP I, ela incentivava a luta. “A greve é do trabalhador. É um direito seu. É preciso lutar para conquistar os objetivos.”
Mobilizados, os trabalhadores permaneciam atentos às orientações dos dirigentes sindicais. “Tudo que foi dito, sobre condições ruins de trabalho, pressão enorme por metas e baixos salários representa bem nossa realidade. Trabalho há dez anos no banco e sinto que essa pressão aumenta a cada dia”, afirmou uma bancária da área administrativa. Ela contou que durante o movimento grevista existe uma pressão velada. “Eles ligam e dizem: ‘olha, não estamos obrigando ninguém, mas se você quiser dá para entrar’”.
A diretora executiva do Sindicato Vera Lucia Marchioni concordou. “Os trabalhadores do call center são os que recebem remuneração menor, não têm autonomia, têm cronometrado o tempo de atendimento e até mesmo o que gastam para ir ao banheiro.” Um bancário relatou que são mais de 200 atendimentos telefônicos no dia. “É muito cansativo, ouvimos xingamentos e somos pressionados o tempo todo.”
Estratégia furada – Durante o protesto, o Sindicato foi informado que trabalhadores estavam sendo “escondidos” num supermercado próximo do SP II. Os dirigentes sindicais Marcelo Gonçalves e Vagner Cabanal foram até o local. Na praça de alimentação, dezenas trabalhadores que haviam sido orientados pela chefia, através de telefonemas, a permanecer por lá. Mais uma tentativa do banco em “driblar” o Sindicato e furar a greve compulsoriamente. “Já estamos aqui há cerca de uma hora. É ruim essa situação. Sentimos-nos monitorados e ameaçados”, expôs uma bancária.
Mas o tiro saiu pela culatra. Os bancários sentiram-se fortalecidos pelo contato com os dirigentes sindicais e prometeram participar da passeata que acontece na tarde desta sexta-feira. “Essa é uma decisão que cada um tem de tomar e que precisa ser amadurecida. A greve se constrói com consciência crítica”, disse Marcelo Gonçalves, num discurso vibrante que emocionou os trabalhadores.
Fonte: Seeb-SP



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