8 de Novembro de 2012 às 22:59
Sindicatos reúnem-se em Campo Grande com diretoria do HSBC e cobram providências

Na ocasião o diretor da região Centro-Norte do HSBC, Luis Benoni Passini, Fez apresentação em que destacou os pontos positivos do banco e as atividades na região. Na sequência foi a vez dos diretores sindicais fazerem sua apresentação. Em um vídeo com pouco mais de 8 minutos, produzido pelo SEEB-CG, o diretor sindical Valdecyr Pereira Rios, o ‘Vavá’, apresentou diversas denúncias feitas ao sindicato, aparado de matérias de cunho nacional e local sobre a situação precária de trabalho dos funcionários do banco inglês.
O vídeo contou ainda com depoimento de ex-funcionários do banco que afirmaram ‘não ter saído por conta das pessoas, mas por causa da pressão do banco e da sobrecarga’. Além disso, os vereadores Herculano Borges e Alex do PT deram seu depoimento em vídeo para que o HSBC contrate ‘pelo menos 21 funcionários’ para Campo Grande. Outros relatos mostravam filas de até uma hora e meia de espera, o que fere a Lei municipal que garante o tempo máximo de espera de 15 minutos em dias normais e 25 minutos em véspera e pós-feriado. Na base de Dourados, segundo relato dos dirigentes sindicais, a situação não é diferente.
Segundo, Raul Verão, presidente do Sindicato dos Bancários de Dourados e Região, que participou da reunião, “vários assuntos foram discutidos, entre eles, funcionários sendo promovidos sem aumento de salários, falta de estrutura como mesas e cadeiras para atender aos clientes, funcionários vindo do mercado ganhando mais dos que estão há vários anos no banco, demissões ocorrendo sem a reposição da vaga, dentre outros”. Ainda segundo Raul, “o assunto que permeou realmente o debate foi à falta de funcionários nas agencias para atender a demanda, o que tem resultado em adoecimento e desmotivação dos funcionários”. Inclusive com depoimento em vídeo como já citado acima.
De acordo com Raul, o banco se comprometeu em avaliar os pedidos, e que buscará alternativas para solucionar os problemas, mas não deu nenhuma garantia em relação a novas contratações. “Vamos acompanhar para tomarmos as medidas necessárias” finalizou Raul Verão.
Participaram da reunião, pelo banco: o Superintendente Executivo Regional da Região Centro Norte, Luiz Benoni, o Diretor para Assuntos Sindicais Gilmar Lepchat, a Gerente de RH da Região Centro Norte Sra. Joana, além do Diretor Regional Walberto Laurindo Oliveira. Pelo Sindicato de Dourados e Região, participaram o presidente Raul Verão e o Diretor Jurídico da entidade José Carlos Camargo Roque, que além de diretor do sindicato, também é funcionário do HSBC.
HSBC demitiu 30 mil bancários em apenas dois anos
Sob a justificativa de alcançar as metas de eficiência de custos, nos últimos dois anos, o HSBC fez um corte de 30 mil empregos. Pior, o banco inglês já anunciou que vai reduzir, ainda mais, o número de funcionários.
Em setembro passado, a organização financeira contava com 266.700 empregados em todo o mundo. No final de 2010, o quadro era composto por 296 mil. Somente neste ano, 21 mil bancários foram demitidos.
O presidente-executivo do HSBC, Stuart Gulliver, informou que 15 mil desligamentos ocorreram durante as vendas de ativos pelo banco e que, até o final de 2013, espera mais cortes a fim de melhorar a eficiência da empresa.
Para o movimento sindical esta é mais uma prova de que a empresa não se preocupa com as pessoas. A redução de recursos humanos afeta diretamente a vida dos clientes, pois precariza ainda mais as condições de atendimento, além de sobrecarregar os poucos funcionários que permanecem.
Fica evidente que o discurso de responsabilidade social do HSBC é completamente diferente da prática. A eficiência de uma organização passa pela valorização do material humano e não pela ausência dele. Talvez falte eficiência administrativa nos gestores, que são incapazes de enxergar aspectos tão básicos.
Lucro mundial do banco chega a US$ 2,5 bilhões
Em meio ao anúncio de cortes do quadro de funcionários, o HSBC divulgou o lucro líquido mundial no terceiro trimestre deste ano. O ganho foi de US$ 2,5 bilhões. O resultado do Brasil, no entanto, ainda não foi divulgado.
Em contrapartida, o lucro ajustado antes de impostos, que não conta com fatores contábeis, mais do que dobrou. A receita, descontada o impacto de alienações e de mudanças no valor da dívida própria, foi de US$ 5 bilhões no terceiro trimestre deste ano. O montante no mesmo período do ano passado foi de US$ 2,2 bilhões.
Apesar de o lucro no Brasil não ter sido informado, em paralelo com a expansão da economia nacional, pode-se perceber uma participação mais expressiva de empréstimos na área de banco comercial, e um desempenho maior nas áreas de varejo e gestão de recurso.
Logo, a justificativa de alcançar as metas de eficiência de custos para desligar empregados não é aceita pelo movimento sindical.
Fonte: Seeb Dourados e Região, com Seeb Campo Grande, por Joacir Rodrigues