19 de Agosto de 2011 às 23:59
SISTEMA FINANCEIRO: lucro recorde, mesmo com mudanças
Até 1993, boa parte dos lucros bancários era através da inflação, que chegava a 32% ao mês. As taxas mais elevadas das organizações financeiras eram justificadas pelo risco de o capital ser pulverizado pela hiperinflação ou pela inadimplência de credores duvidosos, como o próprio governo federal.
Os bancos brasileiros sobreviviam, basicamente, de emprestar dinheiro para o governo. No período Collor, os juros chegaram a 40% ao ano pela compra de títulos públicos (ativos de renda fixa que constituem opção de investimento para a população) e o financiamento de programas nas áreas de educação, saúde e infraestrutura.
A partir da criação do Plano Real, em 1994, a crença era que o controle da inflação seria contra os lucros bancários. Contudo, as empresas, driblaram as mudanças econômicas e continuaram lucrando alto. A fórmula encontrada foi financiar o consumo e o investimento privado, que garantem ganhos ainda maiores do que os alcançados no passado.
A prova que os bancos lucram em qualquer situação ficou ainda mais concretizada entre 2008 e 2009, no início da crise financeira mundial. Em 2009, o Banco do Brasil registrou o maior resultado da historia, com lucro de R$ 10,1 bilhões, alta de 15% em relação a 2008. Logo atrás, apareceu outro gigante do setor, o Itaú Unibanco, com ganho de R$ 10 bilhões.