8 de Abril de 2016 às 23:59
Trabalhador garante aumento real, golpe prejudicará avanços
Os trabalhadores continuam a vencer a queda de braço com os setores patronais durante as campanhas salariais. Segundo o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), o percentual de negociações que registraram aumento real em 2015 foi de 52%.
O número foi calculado a partir das 708 campanhas salariais que aconteceram no ano passado. O restante do percentual corresponde a 30% das negociações com reposição da inflação e 18% tiveram reajustes abaixo da inflação.
Os resultados apontados pelo Dieese evidenciam a importância da abertura à ação dos movimentos dos trabalhadores em comparação ao período anterior a 2004. Para se ter ideia da diferença, em 1999, 50,3% das negociações não alcançavam nem a reposição da inflação e apenas 35,1% tiveram reajustes reais. Uma grande diferença.
Os bancários são destaque na luta por melhorias. A campanha salarial de 2015 começou com a pífia proposta de 5,5%, índice abaixo da inflação. Depois de uma forte greve, a categoria garantiu reajuste de 10% para salários e 14% para os vales alimentação e refeição e 13ª cesta.
A campanha salarial dos bancários soma, em 12 anos, 20,83% de ganho real nos salários, 42,3% nos pisos e 26,30% nos vales.
Golpe prejudicaria avanços
É importante frisar que o resultado apontado pelo Dieese de 52% de reajustes acima da inflação e aumento real médio de 0,23% é muito positivo, mesmo com a evidente queda nos números de negociações vitoriosas. Em outro cenário, a situação seria bem pior para os trabalhadores.
É só olhar o histórico das campanhas salariais à época dos governos conservadores de direita para perceber o tamanho da dificuldade em se obter avanços. Além da intransigência e pouca conversa com o movimento social, havia truculência até mesmo na paralisação das agências. Um cenário antidemocrático que não pode retornar.
Números
De acordo com o Dieese, em comparação com 2014, houve baixa de 38,2% nos avanços reais (de 90,2% em 2014 para 52% em 2015). Por setor, os serviços, onde se inclui os bancários, é que tiveram maior percentual de negociações favoráveis. Foram 62% de avanços reais, contra 32% de reposição das perdas e 15% abaixo da inflação.