27 de Julho de 2011 às 23:59
Unasul vive momento-chave contra desigualdade, diz nova líder
A um dia da próxima cúpula da União de Nações Sul-Americanas (Unasul), no Peru, a secretária-geral da instituição, a colombiana María Emma Mejía, concedeu entrevista ao Terra. Mejía falou sobre a integração política da região, as relações bilaterais entre Colômbia e Venezuela, a saúde do presidente Hugo Chávez, a candidatura de Cristina Kirchner na Argentina, os desafios da Unasul e os objetivos da próxima reunião do bloco de 12 países.
Segundo a secretária-geral do órgão, a América do Sul vive um momento-chave na luta contra a desigualdade. María Emma Mejía afirmou que as
diferenças políticas e ideológicas foram deixadas de lado, no último ano, em favor da unidade.
María Emma Mejía dividirá o mandato de dois anos com o atual ministro de Energia da Venezuela, Ali Rodríguez Araque. De acordo com ela, essa sucessão é uma prova do "enorme êxito político" da Unasul para acabar com tensões regionais - como a que enfrentou o governo de Hugo Chávez ao ser acusado pelo ex-presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, de apoiar as Farc.
"As relações entre os dois governos hoje são muito bem sucedidas, muito positivas, muita confiança foi recuperada. Esta é a melhor prova. Uma secretária-geral (colombiana) eleita por um período de um ano que será sucedida precisamente por um secretário-geral venezuelano", afirmou Mejía.
Ministra da Educação e das Relações Exteriores da Colômbia na década de 90, María Emma Mejía dirigiu nos últimos anos a fundação Pies Descalzos, financiada pela cantora Shakira. Diante de críticas sobre uma Unasul mais mediadora de crises do que propriamente uma instituição, Mejía assegurou que se trata de uma organização nova, com uma história recente e de constantes mudanças.
"Esperamos que, em 2022, possamos ter toda a infraestrutura para contribuir com a educação na região", disse ela. "Vamos alcançar muito mais em uma década do que em meio século de educação", afirmou Mejía.
"O interessante é que a Unasul conseguiu superar essas dificuldades quando apresentadas por diferenças em como seria vista a integração da nossa região, mas hoje temos um conselho de defesa sul-americano (...), um conselho de saúde, um conselho de luta contra as drogas, um de educação", ressaltou a secretária-geral.
Questionada sobre as acusações de corrupção no governo anterior da Colômbia, María Emma Mejía afirmou que o combate à corrupção é uma bandeira da Unasul. Mejía também disse que deseja a recuperação do presidente venezuelano, Hugo Chávez. Sobre a possível reeleição de Cristina Kirchner na Argentina, ela afirmou que a democracia na América do Sul é sólida para que se respeite a decisão dos cidadãos em qualquer caso. A secretária-geral da Unasul se referiu ao Brasil e ao Chile como países com avanços na área social e que "podem ser um modelo que devemos seguir".
Fonte: Portal Terra, por Luís Bulcão Pinheiro - Direto do Rio de Janeiro